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3% dos londrinenses ficam com 13% do consumo local

Fonte: Folha de Londrina

Os domicílios classificados como classe A são apenas 3% do total em Londrina, mas respondem por 13% de tudo que será consumido na cidade em 2017. Na outra ponta, os mais pobres, das classes D/E, são 15,7%, mas terão apenas 5,1% do consumo. O estudo IPC Maps, divulgado pela IPC Marketing Editora na semana passada, mostra uma Londrina bastante desigual.

Os 5.864 domicílios de classe A vão gastar R$ 1,9 bilhão neste ano. Ou seja, cada família terá um consumo médio de R$ 330 mil. Já os 30.757 das classes D/E gastarão apenas R$ 763,7 milhões, ou R$ 24,8 mil por família.

A classe B, com 58,4 mil domicílios (30% do total), vai gastar R$ 6,8 bilhões, ou R$ 116,6 mil por família. E a classe C, a "nova classe média", que foi considerada o motor da economia nos anos Lula, conta com 100,9 mil domicílios, ou 51% do total, e gastará R$ 5,4 bilhões, apenas R$ 53,6 mil por cada domicílio.

O IPC Maps, que trata do consumo a partir de dados oficiais, como os do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra como será o gasto das famílias brasileiras em 22 itens. As despesas mais básicas têm um peso proporcional muito maior sobre os mais pobres. Só para se ter uma ideia, a "alimentação no domicílio" representa apenas 5,6% do que vai gastar a classe A, mas 17,6% do que será consumido pelas D/E.

Os "gastos com medicamentos" pesam 2,18% no consumo dos mais ricos e 4,65% no dos mais pobres. "Transportes urbanos" são 0,66% do que vai consumir a classe A e 3,2% do consumo das D/E. Na outra ponta, os mais pobres vão gastar apenas 1,17% em viagens. Esse item corresponde a 2,8% dos gastos dos mais ricos.

Neste ano, segundo o levantamento, os londrinenses que vivem na zona urbana vão consumir R$ 14,9 bilhões e os da zona rural, R$ 185,529 milhões, um total de R$ 15,1 bilhões.

REPERCUSSÃO
O diretor da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) e dos Móveis Brasília, Fernando Moraes, confirma que a classe C perdeu "um pouco" da força. "No nosso varejo, ela sempre foi a maior compradora. Mas se endividou muito durante alguns anos e passou a consumir menos. Agora já está voltando a comprar", afirma.

Do outro lado, as classes A e B seguem fortes na cidade. Quem conhece bem esse público é o empresário Nilo Kato, da rede de confeitarias Hachimitsu. Trata-se, segundo ele, de consumidores que não deixaram de comprar e nem reduziram o valor do tíquete médio durante a crise econômica. A força das classes mais abastadas ajudou Kato. Há três anos, ele tinha apenas dois pontos de venda. Hoje, possui seis. "Não deixaram de ir a restaurantes e confeitarias e de consumir entretenimento", alega. Segundo ele, as classes A e B são "muito fortes" não só em Londrina, mas em toda a região.

CENÁRIO NACIONAL
Londrina segue a tendência nacional. Segundo o IPC MAPS 2017, o cenário urbano do País será puxado pela classe B, que responde por 42,9% do total consumido neste ano. Esse público conta com apenas 23,1% dos domicílios urbanos brasileiros. Em contrapartida, a classe C, que mantém 47,9% dos domicílios, movimenta apenas 33,9% do consumo. As classes D/E abrigam 26,6% dos domicílios, e respondem por 10,3% do consumo. No topo da pirâmide, a classe A tem 12,9% do consumo e 2,4% dos domicílios.

Em todo o País, o consumo deve bater a casa dos R$ 4,2 trilhões em 2017.


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