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70% do consumo do país estão no interior

Fonte: Folha de Londrina

 

Ano a ano, o consumo vai se interiorizando no Brasil. Em 1994, as capitais sozinhas respondiam por 40% do total de bens e serviços comercializados em território nacional. Hoje, não concentram nem 30%. É o que revela o estudo IPC Maps, realizado pela IPC Marketing Editora, com base em indicadores oficiais. O levantamento mais recente, divulgado nesta semana, mostra que o consumo nas cidades do interior alcançará 70,15% do total em 2017. Um ano antes, este percentual era de 70%. 

Neste ano, o consumo dos brasileiros deve chegar a R$ 4,2 trilhões, um aumento real de 0,42% (R$ 300 bilhões) a mais que em 2016. Desse total, R$ 2,9463 trilhões serão gastos no interior. O Paraná não é exceção. O consumo em Curitiba representou 21,52% do total estadual no ano passado. E irá representar, segundo estima o IPC Maps, 21,12% em 2017. 

Entre os 10 municípios paranaenses que têm maior consumo, somente Cascavel e Ponta Grossa, além da capital, perderam participação no bolo. Juntos, eles terão um consumo de R$ 129,7 bilhões, quase 49% do total. 

Londrina fica com a segunda maior parte: 5,63% do total do Estado. Com R$ 15,15 bilhões, está no 36º lugar do ranking nacional. A cidade teve 3,30% de aumento de participação no Paraná. Maringá vem em terceiro lugar, com R$ 13,74 bilhões (5,11% do Estado). Seu ganho de participação foi de 5,36%. 

O Paraná contará com R$ 268,822 bilhões, ou 6,39% do total brasileiro. São Paulo (27,32%), Minas Gerais (10,20%), Rio de Janeiro (9,18%) e Rio Grande do Sul(6,79%) vêm na frente na lista. 

"São dois motivos básicos que explicam a interiorização do consumo", afirma o responsável pelo estudo, Marcos Pazzini. "O primeiro é que os custos nas capitais são muito altos", complementa. Segundo ele, por isso, as empresas estão preferindo o interior para se instalarem. "Novas empresas representam mais emprego, mais renda e consequentemente mais consumo", alega. Na opinião dele, o outro motivo seria que as prefeituras do interior estão oferecendo mais benefícios para os investidores. 

De acordo com Pazzini, durante a crise "era de se esperar" que o interior sofresse mais. "Mas as capitais não ganharam participação nesses anos", conta. Ele acredita que, após a crise, o processo de interiorização do consumo se intensifique ainda mais. 

AGRONEGÓCIO 
O presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Júlio Suzuki Júnior, afirma que outros indicadores reforçam a existência de um processo de desconcentração econômica. "O próprio PIB (Produto Interno Bruto) cresce menos em Curitiba que no interior", ressalta. Segundo ele, especificamente no Paraná o agronegócio é a principal razão do bom desempenho do interior. "Não só da porteira para dentro, mas a própria indústria alimentícia e a de máquinas e equipamentos", alega. Suzuki ainda acrescenta que o interior conta com um coeficiente maior de exportação. 

Economista, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e consultor econômico da Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL), Marcos Rambalducci acredita que as cidades do interior estão desenvolvendo um modelo de comercialização atrativo. "Os shoppings estão cada vez mais indo para cidades como Londrina e Ribeirão Preto." Comprar fora das grandes capitais, segundo ele, é mais prazeroso. "Não tem trânsito, nem grandes distâncias a percorrer. Acho que essa é uma tendência. Nos Estados Unidos, você também vê grandes varejistas se instalando em cidades muito pequenas." 

Sudeste lidera com quase metade do bolo 
O IPC Maps 2017 mostra que a Região Sudeste do País tem 48,78% de participação no consumo. Em segundo lugar, está o Nordeste, com 18,84%. Depois seguem o Sul (17,94%), o Centro-Oeste (8,51%) e o Norte (5,93%). OS 50 maiores municípios brasileiros juntos são potencialmente responsáveis por 40,25% do consumo, equivalente a R$ 1,692 trilhão. 

O ranking dos municípios, de acordo com o estudo, mostra a diversificação desse universo. Permanece a liderança dos mercados como os de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, seguidos por Salvador, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, com Goiânia retomando a 8ª posição, seguida de Manaus e Recife. 

Algumas cidades do interior dos Estados ganham destaque na pesquisa. O IPC Maps cita como exemplos Campinas, Guarulhos, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo, Santo André, São José dos Campos, no Estado de São Paulo, além de outras cidades como São Gonçalo e Niterói (RJ), Campo Grande (MS), Florianópolis e Joinville (SC), Uberlândia (MG). 


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