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Comércio entra no clima da Copa

Fonte: Folha de Londrina

O varejo acredita que o Dia dos Namorados e a Copa do Mundo devem impulsionar o resultado de junho. De acordo com o vice-presidente da ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina) Fernando Maurício de Moraes, as vendas que foram represadas no final de maio, decorrente dos dez dias de greve dos caminhoneiros, devem ser realizadas neste mês. 

"A expectativa para junho é muito boa. Com a retração de maio, Dia dos Namorados, Copa e também com a frente fria que chegou acredito que vai vender muito bem", afirmou. A ACIL não fez nenhuma pesquisa de projeção de vendas para o Dia dos Namorados. "Devemos ficar acima do ano passado, que foi um ano de crise e não tivemos Copa", comentou. Ele também acredita em aumento do valor do ticket médio. 

A chegada do frio, na avaliação de Moraes, aumentará as vendas do setor de confecção e, com o início da Copa, outros segmentos, além dos televisores, também devem sentir reflexos positivos. "Mesmo que todo mundo só tenha falando de greve nos últimos dias, Copa é Copa. E as vendas de televisores estão muito bem", disse o vice-presidente. 

A preocupação do comércio é com o feriado municipal do Sagrado Coração de Jesus, na sexta-feira (8). O quinto dia útil, dia de pagamento de salário, será na véspera do feriado. No sábado (9), as lojas estarão com horário estendido até as 18 horas. 

OTIMISMO 
A Fecomércio PR (Federação do Comércio do Estado do Paraná) estima aumento nas vendas entre 2% e 3% em relação ao mesmo período do ano passado e em setores específicos. "É um dado otimista. Essas lojas já estão crescendo em torno de 20% em relação ao ano passado no Paraná, aumentar mais 2% a 3% já é um ponto positivo", afirma a coordenadora de pesquisa da Federação, Priscila Andrade. 
A especialista afirma que este é um período em que o comércio está se recuperando de uma crise e por isso está mais confiante. Ao mesmo tempo, Andrade ressalta que este é um ano de eleição, o que torna o cenário menos previsível. 

"Tudo fica muito diferente, existe um comportamento temeroso ainda. A gente não sabe muito bem o que esperar devido às eleições", afirma. 

Setores como móveis e decorações, eletrodomésticos, lojas de artigos populares, artigos esportivos, livrarias e bares e restaurantes têm maior destaque nesse período, segundo a Fecomércio PR. Londrina segue o ritmo. "As vendas dos televisores aumentam, ainda mais com as novas tecnologias. Também temos o vestuário, com os uniformes da camisa do Brasil, e o setor alimentício, pois as pessoas se reúnem para assistir os jogos e incluem a refeição", explica Angelo Pamplona, diretor comercial da ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina). 

De acordo com Pamplona, os lojistas de Londrina estão se preparando desde o começo do ano, incluindo as programações com o estoque, decoração dos estabelecimentos e divulgação de promoções. "É uma visão otimista, as pessoas estão animadas. Todo mundo deixa para comprar mais próximo dos primeiros jogos, então, acreditamos que a partir de agora começaremos a ter uma movimentação maior entre comerciantes e consumidores", revela. 

BARES E RESTAURANTES 
É nesse trabalho mais efetivo que os bares e restaurantes estão concentrando as expectativas. Por enquanto, estão preparando as promoções, definindo cardápios diferenciados, além de planejar a transmissão dos jogos por meio de telões e assim trazer os consumidores para o estabelecimentos. Segundo Vinicius Donadio, diretor executivo da Abrasel Norte do Paraná (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), além da transmissão, o clima de festa proporciona que os bares recebam clientes também fora dos horários de jogos. "Pelo fato de a Copa do Mundo ser assunto de rodinhas de bate-papo, existe essa expectativa em relação à movimentação, é um motivo a mais para encontrar os amigos", afirma. 

De uma maneira geral, a Abrasel espera um crescimento de 12% do consumo em relação ao período comum de atendimento. "É uma expectativa tímida em função da crise que estamos começando a nos recuperar, porque na última Copa tivemos um aumento de 70%", afirma Donadio. No entanto, espera-se um aumento de 50% a mais de clientes em dias de jogos da Seleção Brasileira, o que faz aumentar a torcida. "Quanto mais a Seleção avançar, mais o movimento vai ser intenso. Então nós temos que torcer duas vezes", brinca. 

PESQUISAS 
Segundo dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), três em cada dez micro e pequenos empresários dos ramos do comércio e serviços esperam aumento de vendas no período dos jogos da Copa do Mundo. No Paraná, setores de móveis, eletrodomésticos, artigos esportivos e adereços são destacados. 

Estudo realizado pelo SPC Brasil revela que, entre os grupos que projetam crescimento nas vendas na própria empresa (20%), há uma estimativa de um aumento de volume médio de vendas de 27% em relação ao mês anterior do Mundial. Para isso, os comerciantes que afirmaram estar se preparando para atender o aumento da demanda durante os jogos apostam em promoções (42%), ampliação dos estoques (20%) e contratação de funcionários (10%). 

LOJISTAS NA TORCIDA 
A Plastimil Festas e Embalagens está há dois meses se preparando para a Copa do Mundo, expondo os produtos, colocando uniforme personalizado e promovendo ações que chamem atenção dos clientes. "Nós montamos as mesas decoradas na porta da loja como demonstração", explica Jaqueline Pizze Antunes, supervisora da loja. O estoque foi reforçado. Chapéus, enfeites, perucas estão na seção verde e amarela. A buzina é a mais vendida. 

Em uma das lojas do Móveis Brasília, os televisores são destaque de vendas. "Nossa expectativa é boa, cerca de 20% a mais do que vende fora do período", afirma Alexandre Gomes, gerente de vendas da unidade. Segundo ele, a mudança para o sinal digital não afeta as vendas especificamente para a Copa, pois os clientes já vem se preparando desde antes. 

Estabelecimentos de artigos esportivos começam a trabalhar para a temporada muito antes. "As programações tem quase 1 ano, porque as compras são feitas com antecedência. Agora nós estamos vendendo para empresas e para pessoas que vão viajar", explica o gerente de vendas da Bolivar Sport Wear, Paulo Bezerra, afirmando esperar um aumento de 25% a 35% nas vendas em relação ao período comum. 

A camisa amarela da Seleção é um dos artigos mais procurados. "Não sobra produto nessa época, normalmente falta. Futebol é um caso a parte, pode estar a crise que for, mas o brasileiro respira futebol, é paixão nacional", argumenta. 

Rosa Fantine, subgerente da filial das Lojas Renascer em Londrina afirma que já está atrasada com os produtos, que estavam posicionados na porta do estabelecimento para atrair clientes. "Estamos atrasados, na matriz em São Paulo já está fervendo. Atrasamos em uns 30 dias, mas aqui a procura está grande também", afirma. A expectativa é que as vendas aumentem em 60% pelo menos nos primeiros jogos. 

Buzinas, chapéus e perucas ficam em destaque e são os campeões de vendas. Fantine cita o momento político como um fator importante neste ano. "Todo mundo está com o pé atrás com a política, mas acho que quando chegar a onda todo mundo se anima", defende.


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