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Londrina terá R$ 447,4 milhões com 13º salário

Fonte: Folha de Londrina

O pagamento do 13º salário injetará R$ 447,476 milhões em Londrina em até duas parcelas, conforme estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O valor é 15,1% acima da previsão da entidade no ano passado, que foi de R$ 388,672 milhões. Parte da explicação se deve à inflação alta, que resulta em reajustes salariais maiores do que em anos anteriores.

No entanto, o número de postos de trabalho formais diminuiu 3%, de 177,3 mil em 2015 para 171,1 mil neste ano, conforme o Dieese. Assim, a renda média ficará em R$ 2.603,30, ante R$ 2.191,35 do 13º salário de 2015 na cidade, ou 18,7% a mais.

O supervisor técnico do Dieese no Paraná, Sandro Silva, afirma que a projeção de 2015 teve boa diferença em relação aos números reais, porque 2015 foi um ano atípico. Ele aponta que a estimativa usa dados até agosto, mas que o quadrimestre final daquele ano teve resultados negativos pela primeira vez em dez anos. "Outubro foi o pior mês de 2015, com fechamento de 169 mil vagas", diz.

Com a nova conjuntura, o total que entrou no mercado de Londrina com o 13º em 2015 foi maior, de R$ 410,421 milhões, devido à inflação alta que elevou os reajustes salariais, e o número de vagas acabou menor, com 173,3 mil carteiras assinadas, devido à crise. Assim, a média salarial foi de R$ 2.367,47, resultado que modificou a projeção para este ano.

Mesmo assim, o consultor econômico da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Marcos Rambalducci, considera otimista a estimativa para este ano em valores. "Acho a média alta porque o comércio costuma pagar comissões, que interferem no 13º e que foram menores neste ano pela redução nas vendas", diz, ao lembrar que o setor é o mais representativo em contratações na cidade.

Ainda, Rambalducci considera que a inflação diminua consideravelmente a diferença entre as médias salariais dos dois anos, porque, apesar de ter desacelerado nos últimos dois meses, a alta de preços continua acima da meta do Banco Central. "No acumulado do ano, a inflação está em torno de 8%, mas a população que ganha menos é mais prejudicada porque os alimentos, por exemplo, estão com variação maior do que a média dos produtos", diz, ao completar que a cesta básica deve fechar com alta de 14% no ano.

Fôlego no varejo

O economista da Acil afirma que entre R$ 190 milhões e R$ 210 milhões devem entrar no mercado já no fim de novembro, quando as empresas pagam a primeira parcela do benefício. Do valor, ele diz que de 25% a 30% costumam ser usados para pagar dívidas, percentual que deve chegar a 35% neste ano devido à crise econômica. "É importante ressaltar que mesmo o pagamento de dívidas será importante para o comércio, porque o consumidor terá o nome limpo para fazer novos parcelamentos", conta.

O tamanho da fatia usada para o consumo será considerado pelos comerciantes na hora de decidir sobre contratações, diz o consultor. Ele acredita que, como houve muitas demissões na cidade e há mão de obra treinada disponível para o varejo, os empresários aguardarão os primeiros resultados para abrir vagas. "Uma parcela de 40% a 45% costuma entrar diretamente no comércio e o restante serve para poupar, mesmo que seja uma reserva imediatista para gastos do fim ou do início do ano", cita Rambalducci.

O supervisor do Dieese lembra ainda que muito do que é poupado do 13º acaba usado em viagens, presentes de fim de ano ou em gastos programados para os primeiros meses de 2017, como impostos e material escolar para os filhos. Para os devedores, ele sugere organização. "É preciso priorizar as dívidas com juros mais altos, como cartão de crédito ou cheque especial, ou mudar o perfil da dívida, pegando um crédito direto no banco, que tem taxa menor, para pagar o saldo do cartão", explica Silva.

Importância

Ambos consideram o pagamento do 13º como uma injeção de ânimo tradicional à economia do País. "É algo que existe há muito tempo e está embutido na nossa economia. É uma conquista dos trabalhadores e qualquer mudança teria impacto direto em setores que dependem de vendas, como o comércio", diz o supervisor do Dieese.


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