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“Organizações sem propósito e que não cuidam das pessoas irão desaparecer”

Fonte: Assessoria ACIL

“As organizações sem propósito e que não cuidam das pessoas irão desaparecer.” A afirmação é do CEO do Great Place To Work Brasil, Ruy Shiozawa. Ele comandou na noite de terça-feira, 14, a palestra Liderança, Cultura e Engajamento: como alinhar indivíduos e organização em valores e propósitos, tema da terceira edição do Fórum Mercado em Foco, realizado pela ACIL.

O encontro aconteceu no auditório do Shopping Aurora e reuniu centenas de empresários e empreendedores de Londrina e região, que buscaram inspirações para engajar suas equipes e fortalecer suas empresas em 2017.

Para Ruy Shiozawa, as pessoas têm o poder de construir ou destruir, e são essas mesmas pessoas que estão dentro das organizações. “Quando bem tratadas, não há sabotagem. Cuidar das pessoas não refere-se à remuneração financeira. Claro que se o bônus vier quando for possível é excelente. Mas estamos falando sobre o respeito com as pessoas. E respeito é algo que se pode dar todos os dias. Não há restrição. Empresas de qualquer tamanho podem oferecer esse respeito”, afirma. Além do mais, segundo o CEO, o papel mais relevante para realizar essas organizações no ambiente de trabalho está com a liderança, que pode interferir na construção dos propósitos. “Vale lembrar que nem sempre o líder precisa ser o chefe ou o presidente da empresa. Líder é toda pessoa que pode influenciar o grupo.”

Durante o evento, Shiozawa apresentou cases que comprovam que colaboradores comprometidos estão dispostos a dar mais de si, rejeitam ofertas de trabalho teoricamente melhores, atendem melhor o cliente e proclamam publicamente #euamomeutrabalho. “Como posso querer que o funcionário trate bem o cliente se eu não trato bem o funcionário?”, questiona Ruy, que também revelou um dado preocupante. “A depressão está se tornando o principal problema de saúde da humanidade, e o ambiente de trabalho é o maior fator que influencia para essa situação.”

Segundo o CEO, apenas 13% dos profissionais do mundo estão comprometidos com seu emprego. “É uma média. Se for uma empresa excelente, ela reúne muitas pessoas satisfeitas. Assim como também existem empresas onde o índice de profissionais satisfeitos é menor que 13%. Algumas organizações preocupam-se demais com os problemas externos e esquecem de olhar para os problemas que estão dentro da empresa.”

Shiozawa também foi enfático ao abordar falhas que podem comprometer (e muito) a imagem e sobrevivência da empresa. “Seja sempre verdadeiro com as pessoas que trabalham para você e não diga jamais algo que não será possível cumprir. Isso acabará com sua credibilidade e gerará desconfiança à equipe. As pessoas não buscam mais somente um emprego, elas querem que seu trabalho tenha um sentido especial. Por isso, abra o jogo, discuta soluções, cenários e ideias. Seus funcionários não precisam ser envolvidos no momento da decisão, mas devem participar das conversas. Crie a cultura da transparência. Empresa que não deixa ninguém falar tem prejuízo.”

Para o CEO do Great Place To Work Brasil, as empresas precisam inverter sua ordem de valor na hora de construir projetos. “A primeira decisão é sobre o propósito e depois vem a discussão financeira. Hoje fazemos o contrário e não deveria ser assim. Se faz sentido, haverá um jeito de viabilizar porque está a favor de seus objetivos. E não se esqueça de construir boas ideias para envolver e inspirar as pessoas que estão perto de você”, diz Ruy Shiozawa.

Caso você tenha se identificado com algumas das situações acima, Ruy Shiozawa dá três dicas valiosas para que sua empresa venha se tornar um great place to work:

1 – Escute seus funcionários (e dê o exemplo!). Expresse na prática a filosofia de gestão que você criou. Tenha proximidade, conheça o perfil e saiba quem são seus funcionários. Cuide das pessoas e pense nelas constantemente. Não há regras e nem uma fórmula pronta para isso, cada empresa, no seu modelo, na sua cultura, poderá criar suas regras de valor às pessoas.

2 – Crie práticas Giftwork! Esse método vai muito além de trocar as horas de trabalho por dinheiro. “Tem uma parte do trabalho das pessoas que você não compra, elas decidem entregar. E quando você respeita as pessoas elas fazem coisas surpreendentes. Então, não trata-se do valor que você está gastando, mas sim do valor que a pessoa está recebendo.”

3 – Desenvolva a liderança da empresa. Faça feedbacks anuais. Prepare os líderes das empresas para cuidar das pessoas. “As empresas que querem cuidar das pessoas e serem great place to work devem pegar seus gestores e desenvolvê-los para esse propósito. Só vai funcionar de verdade se os gestores acreditarem e vivenciarem isso.”

Perfil

Palestrante em vários países e colunista em diversas publicações em negócios, gestão, recursos humanos e tecnologia, Ruy Shiozawa é engenheiro de Produção e Mestre pela Escola Politécnica da USP com Especializações nos EUA, Japão e Espanha.

Foi Executivo nas áreas de Relacionamento com Clientes, Pré-Vendas, Tecnologia da Informação em empresas de diversos segmentos, tais como Claro, Telefônica, GVT, Diageo e Dow Química.

Eleito Executivo de TI do Ano em 2002, recebeu seis outros prêmios nacionais e internacionais. É Influencer no LinkedIn desde 2015.

Também é autor do livro “Qualidade no Atendimento e Tecnologia de Informação” pela Editora Atlas, co-autor do livro "Transformando a Cultura do Ambiente de Trabalho" pela Primavera Editorial e co-autor do livro Temas Avançados em Qualidade de vida, organizado por Alberto Ogata.


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