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Após paralisação, comércio fica estagnado no Paraná

Fonte: Folha de Londrina

As vendas do varejo paranaense ficaram negativas em 0,05% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o que representa uma estabilidade com viés de queda, de acordo com a Pesquisa Conjuntural divulgada nesta quarta-feira (5) pela Fecomércio-PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná). Isso porque a comparação com o mesmo período do ano passado parou de crescer a partir de maio, quando estourou a paralisação dos caminhoneiros que prejudicou todas as atividades econômicas até meados de junho, conforme a entidade. 

Tanto que o primeiro semestre havia fechado com a alta de 5,13% em relação aos seis primeiros meses de 2017, mas o índice recuou para um resultado positivo de 4,02% quando adicionado o sétimo mês à conta. "A greve dos caminhoneiros afetou bastante o resultado porque as pessoas ficaram mais receosas. Também tivemos a oscilação do dólar e a insegurança em relação às eleições para influenciar", diz a coordenadora de pesquisas da Fecomércio-PR, Priscila Andrade. 

Para o consultor econômico da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Marcos Rambalducci, a paralisação teve efeito direto porque houve desaquecimento na geração de empregos. "O consumidor se retraiu e até mesmo o endividamento das famílias tem diminuído, porque estão menos confortáveis em fazer dívidas." 

Os segmentos que puxam um pouco o desempenho geral são concessionárias, que venderam 33,07% a mais de janeiro a julho neste ano, e materiais de construção, com alta de 12,85%. Também ficaram no lado positivo da balança as lojas de departamentos (11,08%) e supermercados (2,06%) no mesmo comparativo. "A oferta de crédito melhorou um pouco", diz Andrade. 

O diretor comercial da Metronorte, Waldir Rezende Filho, afirma que o segmento não trabalha "com folgas", mas têm crescido a uma média de 15%. "Houve redução no segundo semestre do ano passado e neste ano há crescimento, o que atribuo às melhores condições e promoções, como juro zero, bônus e avaliações generosas dos seminovos", diz o executivo da revendedora da GM, que aponta também uma alta no tíquete médio pago pelos motoristas. 

Contudo, outros oito segmentos tiveram retração nas vendas nesses sete meses, com os piores resultados em combustíveis (-19,95%), vestuário e tecidos (-12,77%) e autopeças (-9,07%). "Para o ano, a variação nas vendas que está em 4,02% devem ser mantidas ou diminuir um pouco. Normalmente se vende mais em novembro, com a Black Friday, e em dezembro, para o Natal, mas a recuperação do setor, mesmo, deve vir a partir de janeiro de 2019", diz a pesquisadora da Fecomércio-PR.

Em Londrina 
No acumulado em sete meses, a região Oeste do Paraná se destaca com alta de 16,94% nas vendas ante o mesmo período do ano passado, seguida por Londrina (8,52%), Maringá (1,41%) e Ponta Grossa (0,48%). Ficaram no vermelho o Sudoeste (-0,93%) e a Região Metropolitana de Curitiba (-0,62%). 

A coordenadora de pesquisas da Fecomércio-PR afirma que as três regiões com melhores resultados sofrem forte influência do agronegócio, que mesmo não repetindo a safra recorde do ano anterior, segue como o setor com melhor desempenho no País. 

Sobre Londrina, entretanto, o consultor econômico da Acil faz um alerta. "A pesquisa não traz dados sobre os setores de combustíveis e de autopeças em Londrina, que ficaram negativos em praticamente todo o Estado, possivelmente, também estariam aqui. Então, essa alta de 8,52% pode não refletir a realidade", conta. 

Rambalducci lembra que Maringá conta com abertura de postos de trabalho neste ano, ao mesmo tempo em que Londrina fechou mais de mil vagas, mas o saldo do comércio por lá é menor do que o londrinense. "Até tivemos um crescimento nas vendas do Dia dos Pais [mês seguinte ao último analisado pela Fecomércio-PR], mas isso porque a base de 2017 era muito ruim. As vendas no comércio não estão crescendo em Londrina e o mesmo ocorre com os serviços", cita.


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