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Londrina está entre cidades promissoras para startups

Fonte: Folha de Londrina

O nome de Londrina está em lista de cidades que estão fora dos grandes centros de startups (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Florianópolis), mas são promissoras para abrir um negócio no Brasil. Divulgada na semana passada, a lista foi elaborada com base em mapeamento de ecossistemas de startups realizado pela pela ABStartups (Associação Brasileira de Startups). Londrina, por enquanto, é a única cidade do Paraná mapeada pela associação. 

Segundo Marcos Medeiros, gerente de comunidades da ABStartups, Londrina foi a primeira do Paraná a ser mapeada pela entidade por ter a comunidade de startups "mais vibrante". "Porque consegue ter uma agenda de eventos constante, tem empreendedores liderando ações, proximidade com o poder público e cases de sucesso", explica Medeiros. Segundo ele, essa semana também será publicado mapeamento do ecossistema de startups de Maringá, e em breve, de Ponta Grossa. 

O mapeamento da associação dá conta de 43 startups dos setores de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) e Telecom, Finanças, Varejo e Atacado em Londrina. A maior parte está em fase de tração e possui um ano de idade. O modelo de negócio de 50% delas é Saas (Software as a Service ou software como serviço). Quase de 60% delas tem como público-alvo negócios (B2B – negócio a negócio) e consumidores final (B2C – negócio a consumidores). 

O estudo apresenta Londrina como um "vibrante epicentro de inovação" com base em seis pontos que a associação considera pilares de um ecossistema de startups: cultura, densidade e diversidade, capital, ambiente regulatório, talentos e acesso a mercado. O documento, elaborado com a colaboração de lideranças da comunidade de startups local, pode ser consultado no site da ABStartups. 

Em cultura, que se refere a uma cultura empreendedora disseminada através de eventos, cases de sucesso locais e meios para ensino de técnicas de empreendedorismo, a ABStartups destaca o grande número de eventos realizados pela comunidades, bem como cases de sucesso de empresas que foram adquiridas por grandes grupos ou receberam reconhecimento Brasil afora e também no exterior, como o da Arkivus/Acesso Digital, d´A Deliveria, Agribela e Bart Digital, por exemplo. Também contabiliza 18 líderes de comunidade e sete canais locais de informações sobre startups. O mapeamento também cita o portal Bonde e a FOLHA como jornais tradicionais com colunas ou cadernos sobre negócios, empreendedorismo ou startups. 

A associação também mapeia a presença de hubs físicos, locais onde as pessoas podem se encontrar e compartilhar experiências em Londrina, e mostra que Londrina possui uma grande quantidade de espaços de trabalho (dez), apoio contábil e jurídico, incubadoras, parques tecnológicos, aceleradoras, programas de mentorias, grupos técnicos ou para desenvolvimento de ideias, e grande presença digital nas diversas redes sociais. O mapeamento também dá conta da existência de estrutura local de apoio financeiro, e cita a presença de um grupo de investimento-anjo na cidade (o smart value investment), e de redes de conexão para outros fundos de investimento. 

No ambiente regulatório do ecossistema de startups de Londrina, a ABStartups menciona o ISS Tecnológico como um incentivo, a Sala do Empreendedor para aceleração do processo de abertura de empresas, e nomes de quatro pessoas do poder público que se relacionam com a comunidade de startups. Em talentos, a associação destaca a existência de nove universidades e duas escolas técnicas em Londrina. Além disso, cita o nome de 15 grandes empresas da cidade que se relacionam com a comunidade através de programas para startups, patrocínio a eventos ou mentorias. 

HOLOFOTE 
O mapeamento da ABStartups coloca Londrina em destaque no ecossistema nacional de startups, enfatiza Regimara Azevedo, empreendedora e uma das líderes da comunidade de startups local Redfoot. "O mapeamento objetiva colocar um holofote sobre cidades do Interior onde também está acontecendo muita coisa." 

Lucas Ferreira, gestor estratégico de startups da Regional Norte do Sebrae/PR, destaca o trabalho das governanças setoriais para que Londrina fosse considerada promissora para a abertura de startups. "Hoje, existem diversas governanças setoriais sendo formadas em Londrina que discutem melhorias do ponto de vista da inovação. Isso se reflete na governança de TIC, saúde, agronegócio, construção civil, entre outras. Essas discussões setoriais fazem com que Londrina se coloque na posição de um ecossistema maduro."

Pontos fortes e pontos de atenção

Apesar de o ecossistema de startups de Londrina ser destaque, as grandes empresas e o governo local poderiam estar ainda mais próximos da comunidade, avalia Marcos Medeiros, da ABStartups. A aproximação de grandes empresas com startups abre mercado para estas e faz com que aquelas se tornem mais inovadoras. "É importante para o desenvolvimento econômico da região", ele completa. 

Para Lucas Ferreira, do Sebrae, Londrina se destaca principalmente na área de cultura empreendedora. "Londrina tem um trabalho de cultura empreendedora em praticamente 100% da rede de ensino, e em todas as universidades isso é trabalhado com bastante empenho. A cidade também é palco de diversos eventos que promovem o ambiente de inovação. Eles são organizados por praticamente todos os atores do ecossistema – as próprias startups, a comunidade, grande empresas, governanças, instituições de ensino superior." 

Na opinião de Azevedo, o ecossistema de startups de Londrina é muito forte na área de eventos e de universidades, e é rico em casos de startups de peso – que obtiveram êxito seja através de aquisição, prêmios nacionais e internacionais ou expansão, por exemplo. Por outro lado, ainda tem campo para hubs com concentração maior de empreendedores e incubadoras e aceleradoras mais "agressivas". Também tem muita e evoluir na área de capital – muitos ainda vão para fora para conseguir -, no ambiente regulatório – já que o Paraná é ainda não atualizou a sua Lei de Inovação -, e no acesso a mercado, pois a considerar o número de empresas que existem em Londrina, a proporção daquelas que se relacionam com a comunidade de startups poderia ser maior. 

É na área da capital que, na visão de Ferreira, Londrina ainda tem muito a crescer. "Capital é o que tem mais espaço para crescimento. Todo mundo sabe da importância, da necessidade de capital para que uma empresa possa performar e ganhar mercado com velocidade, então quando a gente consegue ampliar o acesso a capital por parte das empresas e startups, temos condições de acelerar o crescimento."


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