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A cidade que move a ACIL

Fonte: Revista Mercado em Foco – ACIL – Amanda Abranches 

Um pôr do sol único convida a um passeio pela pequena ‘cidade grande’. Seja pelas ruas do Calçadão, a famosa Avenida Paraná, seja pela intrépida rua Sergipe, com seu efervescente comércio, seja pelos Igapós numa corrida ao entardecer do dia, ou até mesmo pelos trechos chiques e engarrafados da Avenida Higienópolis, Londrina tem muito mais do que a terra vermelha pela qual é conhecida.

Os mais espertos sabem e vivem com aquele sentimento de apego ao lugar como se o lugar fosse uma pessoa.

Quem nasce em Londrina não troca e quem por aqui passa sempre fica com vontade de voltar porque só quem anda pelas calçadas coloridas do centro é que sente o quão acolhedora é a nossa ‘Pequena Londres’.

Mas, o que hoje pode ser banal aos olhos nem sempre esteve por aqui.

Londrina, a cidade dos braços abertos, desde seus primórdios carrega a fama de receptiva. A pequena Usina Três Bocas, como era conhecida inicialmente, atraiu, segundo registros, moradores de 33 nacionalidades diferentes para o pequeno sertão vermelho.

Em pouco tempo a cidade já cativava os olhares dos mais ambiciosos e os já instalados por aqui encabeçavam o espírito empreendedor que até hoje impulsiona a cidade.

A visão promissora dos poucos comerciantes e a vontade de organizar e desenvolver esse novo movimento empreendedor proporcionaram à Londrina uma aliada. Em 1937, a Associação Comercial de Londrina, a ACL, é fundada para dar o apoio ao crescimento. Uma espécie de representante do município, a ACL era politicamente influente, respondia pela cidade e se posicionava em relação ao governo, deixando claro o interesse por um novo tipo de organização social, mais moderna e menos dependente do Estado. Era o padrão de trabalho plantado na história.

Com poucos anos de diferença, a trajetória do pioneirismo e trabalho da ACIL se fundem com a história de Londrina. Não poderia ser diferente: muito do que a cidade é hoje pode ser atribuída à fiel parceria.

Lago Igapó
Imponente e com vistas de tirar o fôlego, o poderoso cartão postal de Londrina compõe desde 1959 a paisagem da cidade. Projetado a princípio como uma drenagem para o Ribeirão Cambezinho, a ideia dos lagos se concretizou e no Jubileu de Prata de Londrina. O novo cartão postal foi entregue na mesma época que a estação de saneamento da cidade.

Além das práticas de esportes náuticos, o local proporciona aos londrinenses longas caminhadas cercadas por paisagens naturais e uma verdadeira imersão num fragmento que remete ao esplender da vegetação atlântica que desafiou os pioneiros.

Mais do que caminhadas e passeios, os lagos também serviram como palco para atrações artísticas e culturais e para fomentar o comércio em épocas natalinas.

Como esquecer a apaixonante ‘Casa do Papai Noel’? A iniciativa da ACIL trouxe para os arredores do Lago Igapó, em meados de 1996, a atração, que além de enfeitar a cidade, aqueceu o comércio no período noturno, já que moradores de toda a região vinham prestigiar a atração.

À época, uma parceria entre ACIL e empresas de iluminação foi responsável por grande parte da iluminação natalina dos espaços públicos, da Prefeitura, do Fórum, das escolas e do comércio.

Com recursos da Associação Comercial e Industrial de Londrina, a casa foi construída em tempo recorde e levou apenas três meses para ficar pronta. Em seu interior, cada ambiente era decorado com um tema natalino diferente, como fábrica de chocolates e cozinha da Mamãe Noel, tudo detalhadamente pensado por uma equipe de arquitetos e decoradores. Um coral embalava canções de natal e convidava os visitantes para o fascinante passeio.

Rua Sergipe
A rua Sergipe é a primeira via mista que vem à mente quando se pensa no centro da cidade. Efervescente em serviço, ela oferece todo o tipo de produto e contempla não só as atividades comerciais, mas abriga também território residencial.

Pioneira, a paralela do Calçadão simboliza o comércio da cidade desde 1932. Abrigou a quarta rodoviária de Londrina, atual Museu de Arte. Com extensão de 1.200 metros, de acordo com registros, a rua tinha início na Avenida Leste Oeste e acabava na Avenida Higienópolis, e só em 1936 a rua atingiria sua extensão atual que vai até a Avenida Juscelino Kubitscheck.

Importante no fomento do comércio em Londrina, a Sergipe ganhou grande revitalização em 2009 com o projeto ‘Nova Sergipe’, realizado em parceria com entidades e instituições. Entendendo a importância e o ganho que a Nova Sergipe traria para a cidade, as calçadas recapeadas tiveram a Associação Comercial de Londrina como principal articuladora.

O Museu de Arte de Londrina
Arquitetura imponente, grandes paredes geométricas e a cidade refletida nas enormes janelas de vidro. O prédio nasceu com outro intuito: de recepcionar o grande fluxo migratório dos anos 50. A Estação Rodoviária trazia novos ares para Londrina, ares de crescimento e modernização.

À época, causou rebuliço, despertou atenção de arquitetos em todo o País, colocou Londrina aos olhos do Exterior e o prédio se tornou referência de arquitetura modernista na Europa.

Visão grande de seus idealizadores, os arquitetos Carlos Castaldi e João Batista Vilanovas Artigas. Em 1988, a rodoviária acabou por ser desativada. Com o aumento do fluxo de passageiros, a cidade exigia mais plataformas e mais espaços.

No ano seguinte a ideia de transformar a rodoviária em Museu de Arte daria uma nobre destinação à estrutura de valor histórico. Um projeto elaborado por professores da Universidade Estadual de Londrina propunha a restauração do prédio.

A primeira exposição do então Museu de Arte de Londrina foi realizada no dia 13 de maio de 1993, data de sua inauguração.

O Calçadão de Londrina
A Londrina na década de 1970 já era “gente grande”. Com apenas 40 anos de existência, os projetos para aumentar e proporcionar conforto aos moradores deixavam claro que a cidade tinha sede de grandeza. O Calçadão foi um destes marcos.

À exemplo da capital, Curitiba, o projeto para a Avenida Paraná ligava as praças Gabriel Martins, Willie Davis, Primeiro de Maio e 7 de Setembro.

O projeto trazia o inovador conceito da interdição de alguns dos trechos para veículos, limitando o acesso apenas para pedestres. O Calçadão tinha o intuito de proporcionar espaço para que a população circulasse livremente pelo comércio da área central.

O desenho do calçamento, hoje recapeado, era feito em pedra portuguesa ao estilo petit-pavé. Pedras brancas e pretas compunham o desenho geométrico do grande calçadão que tinha ao final um coreto.*

A Catedral
Seja de dia, com seus vitrais coloridos refletidos à luz do sol, ou de noite, com sua iluminação única, a Catedral Metropolitana de Londrina se impõe no coração da cidade. Famoso cartão postal de Londrina, a Catedral já teve outras duas versões desde sua primeira construção, em 1934.

A primeira igreja tinha estrutura de madeira e dois sinos doados por famílias pioneiras da cidade. Em 1943, com o crescimento da população Londrinense, uma nova sede precisou ser erguida para atender aos fiéis. Em Fevereiro de 1967 a paróquia de Londrina ganha o título de Diocese, e em 1970 a igreja em alvenaria deu lugar a atual Catedral e é elevada mais uma vez a arquidiocese.

*Fontes: “Rua Sergipe: Patrimônio Cultural Londrinense”, de Leandro Henrique Magalhães, e “As transformações no Calçadão de Londrina – Elementos para a construção de identidade”, de Silvana Muniz Guedes


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