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Argentina cria nova barreira contra o Brasil

 

 

Fonte: O Estado de São Paulo

 

O governo da presidente Cristina Kirchner intensificou sua política protecionista para impedir o que denomina de "invasão" de produtos estrangeiros. Depois da série de medidas que englobam desde licenças não-automáticas à imposição de cotas para produtos – entre os quais, Made in Brazil – agora ela lança uma nova ofensiva com a criação de um sistema de "um a um" para as importações de produtos dos setores de calçados, brinquedos e eletrodomésticos. Estes são setores "sensíveis" para o Brasil, já que o país é um dos grandes fornecedores do mercado argentino.

 

O anúncio foi feito para uma centena de empresários pelo Secretário de Comércio da Argentina, Guillermo Moreno. Ele indicou que esses setores, se quiserem importar, terão que exportar a mesma quantidade – em dólares – de produtos que trouxerem para o mercado interno. Além da proteção das indústrias nacionais, a medida de Moreno tem como objetivo brecar a crescente fuga de capitais. Nos últimos dois anos, saíram do país US$ 38 bilhões.

 

Com a medida, o governo pretende que os empresários gerem suas próprias divisas para importar. Os empresários deverão assinar uma declaração em cartório na qual se comprometem a exportar a mercadoria com valor equivalente à importada no prazo de um ano.

 

Diversos empresários indicaram que não contavam com produtos para exportar. Moreno, conhecido por sua falta de papas na língua, retrucou: "ora, pega a malinha e vai para Angola exportar alguma coisa!".

 

O governo argentino também está atrasando as licenças não-automáticas para os produtores dos setores considerados mais sensíveis. Importadores reclamam de grandes quantidades de mercadoria paralisada na alfândega. A espera, afirmam, demora 120 dias, podendo chegar em alguns casos a até um ano. O presidente do Centro de Despachantes da Aduana, Rubén Pérez, declarou que as licenças chegam até 120 dias.

 

O vice-presidente da Câmara de Importadores da Argentina, Diego Santistéban, diz que as restrições não passam de uma jogada eleitoral, já que o governo enfrentará no dia 28 deste mês decisivas eleições parlamentares. Com esta medida, o governo consegue a simpatia dos industriais argentinos afetados pela crise econômica e dos setores mais nacionalistas do eleitorado.


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