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Argentina: Novo ministro frustra expectativa

Fonte: O Estado de S. Paulo

 

O novo ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, declarou que a prioridade de sua gestão será a de "aprofundar o modelo" econômico do governo da presidente Cristina Kirchner.

 

Em declarações publicadas ontem no jornal La Capital, do balneário de Mar del Plata, onde passou o fim de semana, Boudou sustentou que o aprofundamento do modelo está vinculado à "sustentação do superávit fiscal" e à "continuação de um grande programa de obras públicas". O ministro sustentou que "é preciso seguir com o financiamento dessas obras", além de conseguir "acesso aos mercados voluntários de crédito".

 

Boudou, que tomou posse na semana passada, também criticou o Fundo Monetário Internacional (FMI): "Tal como o conhecemos, o FMI não é uma opção para a Argentina. Para diversos países marcou políticas que concentraram suas economias, geraram desemprego e altos níveis de endividamento".

 

Boudou também indicou que o polêmico secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno (autor do congelamento de preços, manipulação dos índices de inflação e pobreza, e de restrições às importações) continuará em seu posto. "Vamos continuar trabalhando com Moreno."

 

As declarações do ministro são um balde de água fria nos mercados, que esperavam sinais de um afastamento de Moreno.

 

O novo ministro afirmou – na contramão de economistas e empresários – que no meio da crise econômica internacional "a Argentina não perdeu postos de trabalho, não perdeu produção nem nível de consumo".

 

Boudou também indicou que não alteraria o tipo de câmbio atual do peso argentino com o dólar (de 3,80). O câmbio atual é um dos motivos de tensões com o setor industrial, que aspira um dólar a 4,20 pesos, para conseguir maior competitividade.

 

Mas, apesar das declarações "heterodoxas" do ministro, diversos rumores indicaram no fim de semana que Boudou tentaria nesta semana enviar sinais "ortodoxos" aos mercados, e portanto, daria o pontapé inicial em breve para retomar as negociações com os "holdouts" (credores que em 2005 ficaram de fora da reestruturação dos títulos da dívida pública que estavam em estado de calote).

 

Segundo esses rumores, Boudou também aceitaria reduzir os impostos aplicados às exportações de produtos agrícolas, pivôs do conflito com os ruralistas. Os boatos também indicavam que ele convocaria o ex-presidente do Banco Central, Mario Blejer, para assessor especial.

 

POBREZA

 

O bispo Jorge Casaretto, presidente da Comissão Pastoral Social, afirmou ontem que fez sua própria medição dos níveis de pobreza que afetam a população por meio de milhares de paróquias em toda a Argentina. Segundo ele, 40% dos argentinos vivem abaixo do nível da pobreza.

 

O bispo Casaretto sustenta que a pobreza voltou a crescer a partir do segundo semestre de 2007. No entanto, o governo da presidente Cristina sustenta que a pobreza está em queda desde 2003. Os índices do governo apontam que a pobreza atinge pouco mais de 20% da população do país.


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