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BID dobra volume de empréstimos a Estados e municípios brasileiros

Fonte: Valor Econômico

 

 

A crise financeira mundial e o ajuste fiscal nos Estados e municípios fizeram com que os valores dos empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ao Brasil mais que dobrassem. Neste ano, segundo o representante do BID no Brasil, José Luis Lupo, a aprovação de empréstimos deve chegar a US$ 3 bilhões, semelhante ao desempenho do ano passado, quando esse total chegou a US$ 3,3 bilhões. Entre 2004 e 2007, a aprovação dos empréstimos ficou em US$ 1,4 bilhão por ano. Com o aumento da procura de financiamento, por cidades médias, os desembolsos do BID chegaram a US$ 988 milhões, no primeiro semestre, mais que em todo o ano de 2008.

 

"Estamos num novo patamar de empréstimos ao Brasil", comentou Lupo. O valor da aprovação de empréstimos equivale a quase metade de toda a carteira do banco no país. Entre empréstimos e programas de cooperação, o BID tem uma carteira de US$ 7,2 bilhões em execução no Brasil. Os desembolsos dos empréstimos aprovados somam, em média, US$ 2 bilhões anuais.

 

Embora o encolhimento do mercado de crédito internacional tenha feito crescer a procura pelo dinheiro do BID em toda a América Latina, no Brasil essa tendência começou antes, no início do ano passado, graças à maior capacidade de contratação de empréstimos dos municípios de menor porte, beneficiados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ontem, o BID assinou com o governo do Estado da Bahia seu primeiro empréstimo, na história, na modalidade "baseado em políticas", pelo qual o banco faz desembolsos rápidos, segundo cronograma de reformas institucionais por parte do beneficiado.

 

O acordo firmado entre o banco e o governo baiano prevê o desembolso de duas parcelas, a primeira de US$ 209 milhões e a segunda, de US$ 200 milhões, com juros baseados na taxa Libor, do mercado londrino, e prazo de 20 anos de pagamento. O BID prevê a liberação da primeira parcela nos primeiros dias de agosto. O dinheiro servirá para fortalecer a gestão fiscal, de investimentos e de qualidade dos serviços públicos.

 

Lupo diz não temer que a lenta recuperação da economia brasileira comprometa sua previsão de desembolsos para este ano. Um dos programas, o Profisco, tem 15 governos estaduais na fila, e quatro ou cinco devem contratar o empréstimo nos próximos meses, o que deve representar um desembolso de cerca de US$ 500 milhões.

 

Pelo quarto ano consecutivo, o BID deve emprestar ao Brasil mais do que receberá pelo pagamento de empréstimos anteriores. Se for cumprida a meta fixada pelo banco, os financiamentos aos governos federal, estaduais e municipais deverão garantir mais de US$ 500 milhões adicionais ao balanço de pagamentos brasileiro.

 

A demanda municipal praticamente esgotou os recursos disponíveis para o Procidades, um programa de financiamento à infraestrutura urbana e capacidade gerencial das prefeituras. Com US$ 1 bilhão previsto para o Brasil, o Procidades já comprometeu US$ 850 milhões, desde o ano passado.

 

Segundo Lupo, uma das prioridades do banco, neste ano, é o apoio às pequenas e médias empresas com dificuldades de obter crédito no mercado afetado pela crise financeira. O BID ofereceu um crédito de US$ 1 bilhão para esses empreendimentos, associado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e no espaço de dois meses a demanda já alcançou US$ 700 milhões.


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