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BNDES planeja adquirir participação de empresas brasileiras no exterior

Fonte: Valor Econômico

 

A superintendente da área internacional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Isabel Aboim, que coordena os trabalhos de internacionalização do banco, disse ontem que a instituição planeja adquirir participações de empresas brasileiras que estão se formando no exterior, mas ressaltou que "ainda é muito cedo para se falar em prazo".

 

Maria Isabel comentou as declarações de Jaime Gornsztejn, chefe da subsidiária do banco em Londres, a BNDES Ltd., que, em entrevista à agência Bloomberg, afirmou que o banco pode começar a adquirir fatias minoritárias de empresas "no fim do ano", depois de estabelecer sua unidade no Reino Unido. Segundo ele, os alvos do BNDES seriam companhias dos setores farmacêutico, eletrônico e indústria de tecnologia da informação.

 

A superintendente do BNDES confirmou que a instituição vai mesmo operar atividades de participações acionárias e joint ventures. "Mas, hoje, ela só pode fazer isto no papel, pois ainda não tem capital para tanto. Me sentiria desconfortável de falar em data, mesmo que seja o fim do ano, pois cria expectativa nas empresas", afirmou.

 

Segundo Maria Isabel, o banco vai fazer um pequeno aumento de capital na subsidiária londrina, algo como R$ 2 milhões, um orçamento administrativo e não um orçamento para investimento, antes de a BNDES Ltd. começar a atuar no mercado acionário. "Queremos que ela possa alugar uma sala, ter secretária e contratar consultorias para fazer estudos para desenvolver esse tipo de operação e levantar outros produtos que o banco poderá lançar para apoiar as empresas que estão se internacionalizando", afirmou.

 

Num segundo momento, adianta, a subsidiária londrina, que vai atuar como uma holding não operacional, vai se tornar uma empresa cujo objetivo será o de adquirir participações minoritárias nas empresas brasileiras no exterior ou fazer joint ventures, como informou o chefe da BNDES Ltd. Ela explicou que o tipo de indústria a ser alvo do banco, citadas por Gornsztejn, são prioridades da política industrial do governo Lula.

 

O BNDES tem sentido que a iniciativa de crescer no exterior apoiando as futuras multinacionais brasileiras foi muito bem recebida pelas empresas, que têm sinalizado positivamente. "Nos dá um conforto ver que estamos numa boa direção. Estamos tentando acelerar este processo bastante complexo. Em função disto, acho importante não criar uma expectativa de tempo que o banco não possa cumprir. Se formos mais rápido do que o previsto, ótimo", disse.

 

A subsidiária londrina do BNDES não poderá exercer atividades bancárias, como conceder empréstimos. A BNDES Ltd, como informou Jaime Gornsztjen, não dispõe de um orçamento pré-estabelecido para investir no exterior. Caberá ao BNDES, com sede no Rio, dar aprovação definitiva para as aquisição e os recursos para as transações.

 

A área internacional do BNDES concentra as operações internacionais do banco em três eixos, que envolvem captação no mercado externo, apoio a internacionalizarão das empresas brasileiras e operações das duas representações do BNDES no exterior, um escritório em Montevidéu e uma subsidiária em Londres. Para Maria Isabel, a expansão do BNDES no exterior vai trazer benefícios para o Brasil. Ela segue-se à investida do banco pela intensificação da atividade de concessão de crédito, que é parte do plano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de estimular a recuperação da economia brasileira, a maior da America Latina, em meio à recessão mundial.


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