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Boas vendas!

Fonte: Revista Mercado em Foco – ACIL – ​Por Antônio Mariano Júnior

Duas datas e um evento importantes devem aferir com precisão o grau de otimismo do comércio varejista de Londrina em 2018. Dias melhores deverão vir a partir do Dia das Mães, em maio, seguido pelo Dia dos Namorados e início da Copa do Mundo, em junho, na Rússia. A seleção brasileira entra em campo, no dia 17 de junho, contra a Suíça.

A confiança no bom desempenho das vendas ampara-se na propalada recuperação gradual do crescimento econômico. O varejo, após dois anos consecutivos de retração, mostrou reação em 2017. O Paraná registrou aumento de 3,51% nas vendas, conforme Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio/PR).

Os dados foram divulgados em 15 de março de 2018, no Dia do Consumidor. “A economia é cíclica, portanto convém armazenar alguns cilindros de oxigênio”, adverte Mario Nei Paccagnan, diretor de Projetos da Litz Consultoria, Pesquisa e Conhecimento.

Advertência elementar, talvez, para quem não lê as entrelinhas escritas pelo mercado varejista. Paccagnan, na verdade, recorre a uma metáfora para chamar a atenção a um conceito que, quando aplicado com eficiência, pode gerar bons resultados: a Gestão de Estoque.

Para o especialista, um bom armazenamento de produto, resumidamente, gira com qualidade, atende ao consumidor e não pressiona o capital de giro do comerciante. Fórmula mágica não há. “De um modo geral, não trabalharia com forte investimento em estoques sem entender, primeiramente, o que se passa com o consumidor”, frisa o especialista em gerenciamento de estoque. Ou seja, pesquisas para entender o comportamento atual do consumidor são bem-vindas.

Otimismo é essencial

Na prática, o setor varejista de Londrina vai conferir o humor dos compradores a partir do Dia das Mães, seguido pelo Dia dos Namorados e pela Copa do Mundo. Assim como Paccagnan, outro renomado especialista em gerenciamento de estoque, Charles Vezozzo, não vislumbra uma combinação das três temáticas, ao menos no comércio físico.

Para o consultor financeiro, embora a crise tenha afetado os fundamentos básicos da economia, todos os prognósticos e previsões direcionam para uma recuperação razoável da economia para 2018. “Otimismo é essencial para os negócios, porém, calcular riscos com critério e responsabilidade, são essenciais”, frisa Vezozzo, proprietário de uma empresa prestadora de serviços em consultorias empresariais e pessoais.

Segundo ele, sete tópicos devem ser observados quando se trata de compras e estoques: cotação, aquisição, recepção, armazenagem, expedição do controle, saída e entrega. “Mercadoria com ‘bom giro’ é importante, mas recomendo usar ferramentas objetivas e eficazes para estoques, que são os cálculos de Estoque Mínimo e Máximo”, afirma.
 

Marketing Digital como complemento

Por conta dos apelos comerciais e emocionais distintos, o comércio de rua londrinense vai promover ações específicas para o Dia das Mães, Dia dos Namorados e Copa 2018.

Como alternativas de fidelização de consumidores e consequente movimentação do estoque, os dois especialistas apontam a tecnologia como complemento das vendas no varejo. “Alguns podem temer o reducionismo do varejo tradicional, o que não é verdade. O marketing digital pode ser trabalhado como estratégia complementar para o gerenciamento, o ‘giro’ do estoque”, afirma Mario Nei Paccagnan.

No entendimento de Charles Vezozzo, a utilização de ferramentas virtuais pode ser fundamental para traçar estratégias, inclusive para as duas datas e evento próximos. “A segmentação dos públicos, nos últimos anos, tem sido intensa. Diferenciar, portanto, é atender melhor o cliente do que a concorrência”, frisa.

A criação de uma identidade visual empática pode auxiliar na rotatividade dos produtos armazenados, mas deverá estar atrelada ao investimento na capacitação regular de gestores e colaboradores.

“Treinamento não só para gerenciar o fluxo de vendas dos itens, mas também comportamental e atitudinal de todos. Ninguém gosta de ser recebido com apatia”, aponta Paccagnan. “A participação em cursos, palestras e seminários que envolvam temas de compras e estoques poderia ter maior participação de empresários, gestores e colaboradores”, complementa Vezozzo.

Boas expectativas, estoque sob controle

Vermelho, verde e amarelo serão as cores predominantes na ambientação temática da “temporada” varejista, cuja sequência inicia-se com o Dia das Mãe, no dia 13 de maio. Nem sempre a criatividade acompanha as projeções, muitas vezes veladas, de aumento nas vendas de alguns segmentos. Há otimismo, de fato. Comedido, mas há.

Diretor de Negócios da rede Móveis Brasília, Wilsonei Mattos acredita na elevação do consumo com os três acontecimentos sequenciais, embora prefira não arriscar projeções.

Contudo, para atingir as metas, afirma que não faltarão produtos e bom atendimento à clientela de cada um dos eventos sazonais do calendário varejista. “Trabalhamos com pesquisas e com tendências do mercado. Temos que nos manter bem informados porque a época de fazer grandes estoques já passou”, afirma categoricamente. A rede está em atividade há 51 anos.

Mattos aponta outro fator importante para a obtenção de bons resultados nas vendas, independentemente da relevância de datas do varejo. “Uma equipe bem treinada e motivada certamente irá facilitar a decisão do cliente. Sempre apostamos nisso”, pontua.

A Bolivar Calçados, estabelecida no mercado desde 1946, também vem aumentando a sua atratividade através do planejamento gerencial antecipado, baseado no histórico de vendas e tendências de um setor que acompanha a moda.

As expectativas são positivas. “Todas as nossas compras são feitas com no mínimo quatro meses de antecedência. Com um planejamento de compras e campanhas específicas para cada data e segmento esperamos atender, assim, as expectativas de nossos clientes”, analisa Fernanda Boechat Fonseca, representante da rede Bolivar Calçados. Ela acredita que, ao final do terceiro trimestre, a rede toda teria tido um acréscimo entre 8% e 10% nas vendas.

Comedido, Enio Sehn Junior, sócio proprietário da rede de restaurantes Dá Licença, intui ser 2018 um ano ainda difícil, mas não tão severo como os anos anteriores. Ele aposta na boa performance das próximas datas, porém prefere aguardar o desenrolar de 2018 que reserva um fator determinante: as eleições.

Por estar no ramo da alimentação, em que o estoque é mais “descomplicado” para lidar, Junior optou por investir na melhoria da estrutura física, do bom atendimento e, claro, do aperfeiçoamento da qualidade das refeições servidas nas seis unidades do Dá Licença, fundado em 1979.

“O nosso diferencial está focado, cada vez mais, na melhoria dos nossos serviços. Com isso, podemos investir mais fortemente num marketing para chamamento de novos clientes”, informa. Trocadilhos à parte, as adequações em tempo de crise, como ele mesmo diz, começam com “o arroz e o feijão”.


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