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Bolsa tem novo dia de euforia e recorde histórico de pontos

Fonte: Folha de Londrina

A segunda-feira, 18, foi mais um dia de euforia na B3 – antiga BM&FBovespa. O índice da bolsa, o Ibovespa, bateu novo recorde histórico. Depois de atingir a máxima de 76.403 pontos no intradia, fechou em 75.990, em alta de 0,31%. Os investidores nacionais e estrangeiros parecem não se incomodar mais com a turbulência política e há analistas acreditando que o índice chegue aos 80 mil pontos até o fim do ano.

Giácomo Diniz, especialista em avaliação de empresas, de São Paulo, diz que há muitos fatores que justificam o fato de o mercado de capitais brasileiro viver um bom momento, apesar da política e de não terem sido aprovadas todas as reformas esperadas pelos investidores. 

Ele aponta a "inflexão" de indicadores econômicos como fundamental para a expansão dos investimentos. "Há melhora na produção industrial e no PIB e o desemprego diminuiu. O mercado está assumindo que saímos do fundo do poço", cita. 

Para o especialista, depois da delação dos irmãos Batista, da JBS, a impressão é a de que o mercado vai fazer vistas grossas aos fatos políticos nacionais. "Não acho que haverá turbulências até pelo menos que sejam definidos os candidatos à Presidência." 

Diniz também aponta dois fatores externos que ajudam a impulsionar a B3: a sensação de que os ativos norte-americanos estão muito caros e o "excesso de liquidez" em todo o mundo. Ele considera que, apesar das fugas de capitais naturais em tempos de crise, o Brasil é um "mercado continental" e que, por isso, estará sempre atraindo as atenções dos investidores. 

Apesar do bom momento da bolsa, o especialista ressalta que não se trata de um recorde histórico real. Em dólares, o índice hoje corresponde a apenas 24.042 pontos. E antes da crise de 2007, chegou a 44.616 (também em dólar) . "Precisaríamos crescer ainda muito mais para chegar ao recorde real", conta. 

Para Diniz, ainda há muito espaço para o mercado de capitais brasileiro crescer. Mas, para isso, é preciso haver um novo ciclo de reformas estruturantes de alguns anos atrás. Ele cita como exemplo a implantação da lei de responsabilidade fiscal e as privatizações. 

EXPECTATIVAS 
César Paiva, gestor do Fundo de Investimento em Ações (FIA), Real Investor, de Londrina, também atribuiu a vários fatores o bom momento do mercado de capitais no País. Ele ressalta que a Bolsa sempre tenta antecipar ao que vai acontecer. E os indicadores apontam para uma melhora geral da economia. Além disso, destaca uma série de evoluções em relação ao passado recente, como a queda nas taxas de juros. "Quando a Selic estava a 14,25% (ao ano), o investidor tinha um ganho importante em renda fixa. Não precisava se arriscar na compra de ações de empresas para ter uma boa rentabilidade." Agora, com a taxa a 8,25% e perspetivas de que chegue a 7,25%, segundo Paiva, o investidor precisa se arriscar. "Hoje, às vezes os próprios dividendos das companhias pagam mais que renda fixa." 

O futuro da bolsa, na opinião do gestor, também depende muito das expetativas em relação ao próximo governo, porque o mercado "já precificou" a administração de Michel Temer. A definição do quadro eleitoral, segundo ele, deverá ter influências para a expansão ou encolhimento do mercado de capitais brasileiro. 

Paiva também afirma que o recorde da B3 não é real. "Se corrigirmos pela inflação (IPCA), precisaríamos estar em praticamente 128 mil pontos para um recorde de verdade."


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