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Brasil reage mais rápido que o México à crise

Fonte: Valor Econômico

 

A A capacidade do Brasil de reagir mais rápido que o México à crise mundial do crédito está levando as empresas de classificação a reavaliar as notas das economias brasileira e mexicana, as duas maiores da América Latina, segundo o Goldman Sachs.

 

Na segunda-feira, a Moody”s Investors Service colocou o Brasil em revisão para um aumento da classificação de crédito, num momento em que a Standard & Poor”s e a Fitch Ratings reiteravam preocupações de que o México pode não conseguir aprovar a legislação fiscal necessária para impedir um rebaixamento de sua classificação, depois que o partido do presidente Felipe Calderón perdeu cadeiras no Congresso nas eleições legislativas. O Brasil tem avaliação inferior à do México em todas as três agências. "Isso mostra a forte diferenciação que a crise promoveu", disse Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs de Nova York. "O México poderia ter-se preparado muito melhor. O Brasil foi mais proativo."

 

Os bônus do Brasil tiveram rendimento 2,86 pontos percentuais superior ao dos bônus do Tesouro dos Estados Unidos segunda-feira, comparativamente ao 2,57 pontos do spread, como é conhecido esse diferencial, dos bônus do México, segundo o índice de bônus dos mercados emergentes do JPMorgan Chase, conhecido como EMBI+. Isso resulta numa discrepância de 0,29 ponto percentual entre os dois países. Um ano atrás, essa diferença era o dobro, de 0,58 ponto percentual. Os custos de tomada de empréstimos do México deverão cair para níveis inferiores aos brasileiros no índice EMBI+ nos próximos seis meses, disse Gabriel Casillas, economista-chefe para o México e o Chile do UBS.

 

"Quando os fluxos monetários voltarem aos mercados emergentes, é claro que eles não voltarão para o ponto em que estavam", disse Casillas. "(Os investidores) têm pela frente a possibilidade de rebaixamento do México e a possibilidade de elevação da nota do Brasil."

 

Os investidores no mercado de credit-default swaps (CDS) começaram a fixar o preço dos títulos do Brasil como um investimento mais seguro que os do México em outubro do ano passado, pela primeira vez desde pelo menos 2001, em meio ao temor de que a recessão dos Estados Unidos terá consequências maiores sobre o México.

 

Os CDS vinculados aos bônus do México foram negociados a 2,08 pontos percentuais segunda-feira, comparativamente ao 1,76 ponto percentual para o Brasil, segundo dados reunidos pela Bloomberg. Isso significa que custa US$ 208 mil ao ano para assegurar contra o calote US$ 10 milhões em papéis mexicanos com CDS, comparativamente aos US$ 176 mil necessários para proteger os investidores em papéis brasileiros contra a inadimplência. Os CDS pagam ao comprador o valor de face, caso o tomador venha a não honrar sua dívida, em troca dos títulos subjacentes ou de seu equivalente em dinheiro.

 

A Moody”s atribuiu à "resistência demonstrada pelo Brasil aos choques" da economia mundial sua decisão de pôr sua classificação "Ba1" em revisão com vistas a uma elevação. O grau Ba1 é um nível inferior ao de investimento. A S&P e a Fitch Ratings dão ao Brasil a nota "BBB-", o mais baixo nível de grau de investimento e duas marcas a menos que a do México.


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