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Casa própria, a primeira compra de uma lista




Fonte: Agência Estado

 

O processo de redução da taxa Selic, a um patamar abaixo de um dígito, traz novas perspectivas para empresas dos setores imobiliário e varejista no longo prazo. Com juros menores e as medidas de estímulo do governo à aquisição da casa própria, através do programa "Minha Casa, Minha Vida", ampliam-se as expectativas de avanço da venda de bens duráveis, como geladeiras, fogões, micro-ondas e móveis, entre outros produtos, para as novas unidades habitacionais que serão construídas.

 

Após a última redução da Selic, que recuou a 9,25% ao ano – o menor patamar desde sua criação, em 1986 -, várias instituições financeiras voltaram a assumir postura proativa na concessão de crédito imobiliário, anunciando redução nos juros cobrados nesses financiamentos. Alguns bancos divulgaram também o aumento dos prazos de pagamento. A própria Caixa Econômica Federal, líder nesse mercado e principal agente de execução do programa "Minha Casa, Minha Vida", baixou os juros.

 

Segundo o Banco Central, os valores destinados à habitação – referentes às operações de crédito com recursos compulsórios ou governamentais – avançaram 13,1% de janeiro. Em vigor desde 13 de abril, o pacote habitacional prevê a produção de um milhão de moradias para famílias com renda mensal de até dez salários mínimos, mas sem prazo definido. O governo estima que serão erguidas 400 mil moradias para a faixa de até três salários mínimos, 400 mil para o segmento de três a seis salários mínimos e 200 mil unidades para a faixa de seis a dez salários mínimos.

 

A demanda por imóveis enquadrados no programa aumentou, mas os efeitos das medidas do governo na produção efetiva das unidades habitacionais dependerão do ritmo com que os projetos serão aprovados e as licenças obtidas. Existem projetos credenciados no programa, mas a entrega das unidades enquadradas só deve começar em 2010.

 

Mais prazo para pagar

 

Um dos motivos para o foco das atenções ser a classe C é o aumento da representatividade do segmento na população brasileira. De acordo com levantamento da Target Marketing, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a classe C – com renda média de R$ 1.179 – passou a representar 46% da população brasileira em 2008, ante 31% do ano anterior. Dessa forma, a camada populacional localizada entre as classes A, B e C subiu de 48,5% para 74,2%, no período.

 

Essa faixa, que compra no varejo sobretudo por meio de financiamento, já vem se beneficiando da ampliação dos prazos para aquisição de bens, excluindo veículos, que já avançou cinco dias desde o início do ano, para 202 dias, maior valor desde fevereiro de 2008 (203 dias), segundo o Banco Central. Desde o início do ano, outro indicador que também acompanha a redução da Selic é a taxa anual de juros à pessoa física na aquisição de bens, que fechou maio em 47,3%, o que representou um recuo de 10,6% ante dezembro e de 5,3% nos últimos três meses encerrado em maio na comparação com o trimestre imediatamente anterior.

 

Justamente esta perspectiva de aumento na comercialização de eletrônicos e eletrodomésticos, a uma taxa média de 14,6% anual entre 2008 e 2013, é que levou o Grupo Pão de Açúcar a se lançar neste mercado, com a compra do controle do Ponto Frio. Segundo o vice-presidente executivo do Pão de Açúcar, Enéas Pestana, o crescimento deste mercado será impulsionado pela expansão da renda dos brasileiros e do crédito, constante renovação tecnológica e a baixa penetração de alguns produtos nos lares brasileiros. Além disso, o executivo destaca a expansão do mercado imobiliário, como um fator adicional de alta.

 

Pão de Açúcar vende casas

 

De olho ainda no crescimento do mercado imobiliário, o Pão de Açúcar contará com uma subsidiária para atuar exclusivamente neste ramo. Na região do Jaguaré, na capital paulista, dentro de um terreno ao lado de um hipermercado, por exemplo, a empresa construiu seis prédios, com um total de 390 apartamentos. A ideia de separar as operações de varejo do ramo imobiliário ocorre, sobretudo, para distinguir os ganhos de cada área dentro das operações da companhia aos acionistas. A expectativa é de que a subsidiária, que administrará o aluguel das galerias instaladas nos hipermercados, entre outros negócios, passe a atuar a partir do terceiro trimestre deste ano, com o nome de GPA Malls & Properties.

 

Para a indústria de painéis de madeira, as expectativas são mais animadoras do que as condições enfrentadas desde o acirramento da crise financeira internacional em outubro do ano passado. A Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa) está pleiteando junto ao governo federal a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de painéis de madeira, cuja alíquota atual é de 10%, e móveis, segmento em que a maioria dos produtos tem alíquota de 5%. A Abipa solicitou ao governo também que os imóveis do programa "Minha Casa, Minha Vida" sejam entregues mobiliados. Se aprovadas, essas medidas irão estimular o aumento da demanda por painéis de madeira.

 

Rodrigo Petry e Chiara Quintão para Agência Estado.

 

http://aeinvestimentos.limao.com.br

 


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