A multiplicação dos partidos do Brasil é a consequência mais nefasta do atual regramento eleitoral. O acesso irrestrito ao fundo partidário e o verdadeiro balcão de negócios que se tornou a divisão do horário político funcionam como um convite ao fisiologismo, ao “toma lá, dá cá”, ao “é dando que se recebe”.
Toda a estrutura do nosso presidencialismo de coalizão esta impregnada desta cultura, com negociação de cargos, orçamentos e emendas na formação das coligações. É o ponto de partida de qualquer governo corrupto.
É por isso que é tão alentador observar que a cláusula de desempenho e o fim das coligações são consensuais no colégio eleitoral que vai definir os rumos do modelo de reforma política.
O primeiro obriga que a legenda tenha deputados federais eleitos em nove estado e que tenha 1,5% dos votos em nível nacional (em 2030 serão 3%) O segundo impede a criação de alianças artificiais e casuísticas.
A redução do número de partidos a três ou quatro – quantidade normal em qualquer democracia madura – é a maior conquista que podemos imaginar no jogo político. Este é um ganho fundamental, que afeta positivamente toda a dinâmica da vida pública.
Entre tantas notícias ruins, a confirmação deste novo regramento é um fio de esperança. Quando tivermos partidos fortes, poderemos lembrar esta inflexão como um marco na nossa história política. Que assim seja!
Até a próxima,
Claudio Tedeschi
Frase da semana
“Toda revolução começa nos idealistas e acaba nos tiranos”, Louis Latzarus (1878-1942), jornalista francês
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