Perder nosso principal palco, nosso principal cine teatro, nosso símbolo arquitetônico, foi um processo doloroso. A sensação é que as chamas não haviam queimado apenas um prédio, mas também a memória afetiva de todos nós: o esplendor da cultura cafeeira, o footing da avenida principal, o otimismo e a inocência dos anos dourados, as cenas dos melhores filmes, a emoção das melhores peças, os acordes preferidos daquele show, o aplauso final daquele concerto, o ambiente pulsante dos festivais da nossa juventude. Nas cinzas, descobrimos que o Ouro Verde era um pedaço importante de nós mesmos. E choramos.
Anos depois é impossível evitar recordações tão duras, aquela desolação e aquela incerteza que nos abatia. Afinal, teríamos o ícone em pé de novo?
Esta dúvida se dissipa completamente nesta sexta-feira, com a grande noite de reinauguração. A reconstrução foi lenta, mas há garantias de que foi feita com particular esmero. Fotos e imagens da casa renovada nos enchem de entusiasmo. A dor que sentimos em 2012 se converte, agora, em alívio e orgulho. Temos o prédio novamente, mas reavemos muito mais que as poltronas, as cortinas, o carpete e os camarins. Nossas lembranças vão ficar mais nítidas, mais vivas, mais fortes com o Ouro Verde em pé, o que torna este renascimento uma obra de valor incalculável.
Que o trabalho dos gestores deste patrimônio histórico seja pautado pelo absoluto rigor na aplicação dos protocolos de manutenção e segurança, algo que irá assegurar a integridade do prédio e de toda a identidade que ele carrega.
A ACIL comemora este passo adiante e reforça seu compromisso com o desenvolvimento cultural da cidade.
Vida longa e saudável para o novo Ouro Verde!
Até a próxima,
Claudio Tedeschi
Frase da semana:
“Antes de criticar um homem, caminhe uma milha com os seus sapatos”.
Ditado inglês
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