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Crise do trigo na Argentina beneficia o Brasil

Fonte: O Estado de S. Paulo

 

A Argentina terá sua menor área de produção de trigo em 100 anos e começa a mudar o mapa agrícola do Mercosul. A crise argentina ainda pode trazer benefícios para o Brasil nos mercados externos com as exportações de milho. A avaliação é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que ontem publicou seu relatório anual sobre a produção de cereais e apontou que a queda na exportação da Argentina será recorde em 2009 e 2010.

 

Na América do Sul, a produção de cereais em 2009 será 14% menor que o recorde de 2008, com 124,6 milhões de toneladas de grãos. O volume é ainda 4 milhões de toneladas inferior à média dos últimos cinco anos. Só a produção de milho e outros grãos será 20% menor que o recorde de 2008, passando de 91,7 milhões de toneladas para 74 milhões, em grande parte por causa da seca.

 

No Brasil, a produção de cereais passou de 79,6 milhões de toneladas em 2008 para 71,8 milhões projetadas para 2009. O volume ainda é superior ao de 2007. A produção de trigo passou de 4,1 milhões de toneladas em 2007 para 5,9 milhões no ano passado e uma projeção de 5,7 milhões em 2009. A produção de milho e outros grãos vai passar de 61 milhões de toneladas em 2008 para 53,3 milhões em 2009.

 

Segundo a FAO, os preços pouco atraentes, alto custo de insumos e a dificuldade de obter créditos induziu os fazendeiros a reduzir suas plantações.

 

No trigo, a safra será ainda pior que a de 2008, com 17 milhões de toneladas e uma das piores já registradas. O frio e a seca são os principais responsáveis. Na Argentina, a área plantada está sendo revista para baixo com frequência. Hoje, a previsão é do uso de 3 milhões de hectares, a menor área em 100 anos e 30% abaixo do ano passado. Uma reviravolta para o país que era considerado como um dos principais fornecedores do mundo.

 

Quem ganha com isso é Brasil, com uma previsão de produção em 2,3 milhões de hectares para o trigo e a projeção de chegar a uma safra de 5,7 milhões de toneladas. No Uruguai, o aumento será de 9%. Produtores argentinos estão cruzando o Rio de La Plata e começando a investir no Uruguai por causa das melhores condições de exportação, acesso a crédito e preços de terras mais baixos.

 

No total, o Brasil deve acumular um estoque de cereais de 8,6 milhões de toneladas em 2009, metade de todo o estoque sul-americanos e quase três vezes maior que o argentino.


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