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Deficientes serão capacitados para o mercado de trabalho

Fonte: Folha de Londrina

 




Nos últimos anos as empresas brasileiras têm aberto as portas para a contratação de pessoas com deficiência. Muitas delas empurradas pela lei 8.213 de 1991, que obriga empresas com mais de 100 funcionários a terem no seu quadro funcional pelo menos 2% de pessoas com algum tipo de deficiência. Mas, muitas também por entenderem e comprovarem no dia a dia que o portador de deficiência é tão produtivo, quando a atividade é compatível, quanto qualquer outra pessoa.

 

O número de contratações só não é maior porque, segundo as empresas, falta qualificação das pessoas com deficiência para serem aproveitadas em algumas funções. E é este problema que o Conselho Municipal do Trabalho pretende começar a resolver no segundo semestre. O diretor do Sindicato das Empresas de Consultoria, Assessoria, Perícias e Contabilidade de Londrina (Sescap-Ldr) e presidente do Conselho, Jaime Junior Cardozo, disse que o objetivo é fazer um levantamento junto as empresas para saber que vagas elas estão oferecendo. ””Com estas informações e números poderemos oferecer cursos de qualificação de para pessoas com deficiência””, explica Cardozo.

 

Segundo ele as empresas mostram-se dispostas a contratar e estão com dificuldades para encontrar funcionários com qualificação para preencher as vagas disponíveis. ””Com estes cursos conseguiremos atender a necessidade de quem precisa trabalhar e de quem precisa contratar””, comenta Cardozo.

 

O presidente da Associação dos Deficientes Físicos de Londrina (Adefil), Paulo Lima, diz que os cursos serão muito importantes e destaca o interesse da entidade em participar do projeto. A Adefil tem 1.300 associados, mas, segundo ele, em Londrina existem aproximadamente 60 mil pessoas com algum tipo de deficiência física. Boa parte destas pessoas está empregada, mas há uma parcela considerável que ainda não conseguiu ingressar no mercado de trabalho.

 

Paulo Lima concorda que a maior dificuldade é a qualificação profissional exigida pelas empresas. Segundo ele, a entidade recebe muitas ofertas de vagas e pedidos de currículos de pessoas com deficiência. Entretanto, há algumas com exigências excessivas. ””Estamos sugerindo que quando há várias vagas para um setor a própria empresa disponibilize um funcionário para treinar os pretendentes ao cargo. Os que se habilitarem serão contratados, os demais poderão ser encaixados em outras empresas.””

 

O presidente da Adefil admite que algumas atividades são proibitivas dependendo da deficiência que a pessoa tem, porém há inúmeros serviços no mercado de trabalho que os deficientes se adaptam perfeitamente. Para Paulo Lima é preciso conscientizar esseas pessoas e incentivá-las a buscar qualificação. O presidente da Adefil lembra ainda de pessoas que temem entrar no mercado de trabalho e perder o auxilio de R$ 465,00 dado pelo governo. ””É importante alertar que a lei mudou. Se a pessoa perder o emprego ela pode requerer novamente o benefício””, diz.

 

Aparecido Donizete Presotto, proprietário da empresa de Contabilidade Jopesan, é um destes exemplos. Ele tem 1,23cm e um problema sério no tórax. Além de contador ele é sociólogo. ””Foi sempre uma luta naquela época. Mas é possível vencer com credibilidade e respeito. Mas as pessoas com deficiência precisam também se esforçar. Não adianta cobrar da lei e das empresas se elas próprias não se qualificam para ocupar as vagas de trabalho””. Ele destaca o papel das famílias na conscientização dessas pessoas. ””Com o apoio da família fica bem mais fácil””, diz.

 


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