Fonte: O Globo
Passado o período mais forte da crise econômica mundial, o setor produtivo voltou a pedir ao governo medidas para reduzir o custo Brasil e, especialmente, os efeitos negativos do câmbio (cotação baixa do dólar) sobre as exportações.
Esses foram os principais temas da 7areunião do Grupo de Acompanhamento da Crise (GAC) — formado por empresários, pelos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento e o Banco Central (BC) para analisar o comportamento dos setores diante da crise global.
— Depois de uma crise como essa, voltarmos a discutir custo Brasil e câmbio já é algo positivo.
Voltamos a uma agenda pré-crise — disse o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, após deixar o encontro.
Ele admitiu, no entanto, que o governo não tem muito o que fazer em termos de política cambial: — Ou temos câmbio flutuante ou não temos.
Ao constatar que a crise não é mais a principal queixa dos empresários, o ministro Guido Mantega, mais tarde, ao chegar à cerimônia de aniversário da CNI, brincou: — O nome do grupo vai ter que mudar para Grupo de Acompanhamento da Competitividade ou Grupo pós-Crise.
Já o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse que o governo poderia adotar medidas para reduzir os custos das empresas, como acelerar o prazo para o aproveitamento de créditos tributários e fazer a desoneração da folha de pagamento.
Segundo Monteiro, o GAC poderia deixar de ser um grupo de acompanhamento de crise para se tornar um grupo para trabalhar em ações que aumentem a competitividade da economia brasileira.
— Se não tivermos cuidado, o Brasil pode se tornar um país muito dependente de commodities e perder espaço como um exportador de manufaturados — disse o presidente da CNI.
Até setor automobilístico reclama de desempenho Segundo ele, além de o mercado externo estar retraído, o produto brasileiro está pouco competitivo por causa da alta carga tributária e do câmbio.
Monteiro disse que a moeda brasileira já teve uma valorização de 20% este ano em relação ao dólar.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, disse que o setor apresentou forte recuperação, mas não em todos os segmentos. Com o IPI menor, as vendas de veículos, segundo ele, cresceram 3% entre janeiro e julho em relação a 2008, quando já era recorde. Mas as vendas de caminhões continuam baixas.
Ele defendeu que o governo trabalhe para elevar a competitividade das exportações: — Se quisermos que o Brasil exporte mais, esses gargalos (carga tributária e câmbio) vão ter que ser enfrentados.
Segundo empresários, o governo ouviu os pleitos, mas não falou em medidas nova.
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