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Devolução de cheques bate recorde em março

São Paulo, 24 de Abril de 2009 – O aumento do desemprego verificado desde o final de 2008, reflexo da crise financeira mundial, vem afetando negativamente os índices de inadimplência com cheques no Brasil. Em março, o Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos apurou recorde de devolução, com 24,6 cheques sem fundos a cada 1 mil compensados. “É um número histórico, o maior desde que a séria foi iniciada, há 18 anos”, afirma Luiz Rabi, gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian. O volume do mês cresceu 6% comparativamente a fevereiro de 2009 e 18,3% em relação a março do ano passado.

 

O levantamento mostra que no total foram devolvidos 2,75 milhões de cheques em março e compensados 112,12 milhões. Em igual mês de 2008, quando as devoluções atingiram 20,8 a cada 1 mil cheques compensados, o volume de compensações totalizou 117,27 milhões e o de cheques devolvidos somou 2,44 milhões. Já em fevereiro último foram devolvidos 23,2 cheques a cada 1 mil compensados, ou um total de 2,19 milhões de devoluções e de 94,39 milhões de compensações.

 

Rabi explica que historicamente março já é o pior mês, pois carrega resíduos do endividamento feito pela população para as festas de final de ano e das despesas sazonais de janeiro e fevereiro que pressionam o orçamento doméstico, como os gastos escolares e o pagamento de impostos típicos desta fase (IPTU e IPVA, por exemplo). Contudo, os impactos da crise financeira mundial na atividade econômica do País, com a deterioração dos índices de renda e de emprego, acentuaram os números negativos de março.

 

Conforme o executivo, o volume de cheques compensados vem diminuindo à medida que os meios eletrônicos de pagamentos (os cartões de débito e de crédito) ganham espaço junto à população. No entanto, o percentual de devoluções não acompanha essa tendência, o que indica que está concentrando um universo com um perfil de risco maior. “Por isso, historicamente as devoluções vêm crescendo, mas até a crise a elevação era amena. Com a crise, a média passou das 22 devoluções a cada 1 mil compensados, o que pouco se verificava antes.”

 

O executivo avalia que nos próximos três meses a tendência é de diminuição da inadimplência com cheques, entretanto observa que dificilmente ficará abaixo dos 18 a 20 por cada 1 mil compensados, no período e também ao longo de 2009, média de anos anteriores, por conta das expectativas de redução do nível da atividade econômica. “Os indicadores como um todo mostram uma atividade pífia, uma economia muito fragilizada, e isso reflete nos índices de inadimplência como um todo.”

 

Primeiro trimestre

 

No primeiro trimestre de 2009, foram devolvidos 23,6 cheques por falta de fundos a cada 1 mil compensados, um crescimento de 19,2% ante intervalo similar do ano passado, quando a média de devoluções ficou em 19,8 cheques por cada 1 mil compensados, segundo a pesquisa. No período, foram devolvidos 7,36 milhões de cheques e compensados 311,49 milhões comparativamente às 7,11 milhões de devoluções e 359,61 milhões de compensações no acumulado de janeiro a março de 2008.

 

O levantamento mostra que o Acre, com 98,4 devoluções de cheques por falta de fundos a cada 1 mil compensados, é o Estado que apresenta a maior inadimplência, seguido por Roraima, com 96,9. São Paulo, com 18,4 devoluções, tem o menor índice. Por região, a Norte lidera (54,1 cheques devolvidos), seguida pela Nordeste (38,2), Centro-Oeste (31,8), Sul (23,0) e Sudeste (19,5).(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 1)(Iolanda Nascimento)

 

Fonte: Gazeta Mercantil


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