São Paulo, 30 de Março de 2009 – As incertezas sobre os desdobramentos da crise internacional e a escassez de crédito no sistema financeiro criaram um dilema para as empresas abertas brasileiras: distribuir os lucros obtidos no ano passado aos acionistas ou reter parte dos resultados para enfrentar uma possível piora do cenário?
Várias companhias reconhecidas no mercado como boas pagadoras de dividendos optaram por seguir um caminho intermediário. Deixaram parte de seu lucro em caixa. Entretanto, não reduziram substancialmente a remuneração aos acionistas.
O conselho de administração da fabricante de material de construção Eternit, por exemplo, reservou pouco mais de R$ 10 milhões – o equivalente a 12,5% de seu lucro anual – para financiar a compra de máquinas e aumentar a capacidade de produção.
A legislação brasileira determina que todas as companhias abertas reservem no mínimo 5% do resultado do exercício. Caso decidam reter uma parcela maior, o valor não pode ser considerado no cálculo do dividendo mínimo obrigatório, equivalente a 25% do lucro.
A credenciadora de cartões de crédito Redecard é outro exemplo. A companhia reservou R$ 154 milhões do resultado de 2008 para recompra de suas ações.
Algumas companhias recém-listadas, no entanto, preferem seguir um caminho diferente. Adotaram uma política agressiva de distribuição de lucros como parte da estratégia para segurar investidores e atrair novos sócios. É o caso da BM&F Bovespa, que pagará R$ 200 milhões, cerca de 80% do lucro. “Queremos ser percebidos pelo mercado como uma boa pagadora de dividendos. A maioria das bolsas mundiais também remunera bem os seus acionistas”, compara o diretor financeiro da bolsa paulista, Carlos Kawall.
B1(Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1)(Vinícius Pinheiro E Luciano Feltrin)
Fonte: Gazeta Mercantil
Deixe um comentário