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Entender, informar, vender

Fonte: Revista Mercado em Foco – ACIL – Por Amanda de Santa

Engajar, construir uma identidade, posicionar a marca no mercado. Tudo isso é possível através da criação de conteúdo de qualidade, com o intuito de educar, informar ou entreter um futuro ou atual cliente. Essa é a essência do marketing de conteúdo, estratégia adotada por um número cada vez maior de empresas que entenderam que a qualidade do relacionamento que mantêm com o público-alvo é capaz de influenciar na decisão de compra.

O conceito é diferente do marketing tradicional, feito por meio de assessoria de imprensa ou inserção de anúncios sobre produtos e serviços nos meios de comunicação. O foco não está em dizer o que a empresa faz, mas em dar as respostas que os clientes precisam. Entre as vantagens de adotar a estratégia estão: aumentar a visibilidade e a interação com a marca na internet, ganhar a confiança do público, conquistar mais clientes e, consequentemente, gerar mais receita.

“O marketing de conteúdo trabalha o posicionamento da marca. Por meio dele, a empresa mostra que tem autoridade para falar de determinado assunto e depois cria empatia para construir o processo de venda”, explica a especialista em estratégias de marketing, Sheila Dal Ry. Ela afirma que a ação pode ser feita por qualquer tipo de empresa, independente do porte ou segmento em que atua. Porém, para ser bem-sucedida, é importante fazer um planejamento e buscar a ajuda de um profissional da área.

Sheila destaca que o conteúdo pode ser criado a partir das principais dúvidas que os clientes possuem em relação aos produtos e serviços oferecidos pelo negócio. “Todo mundo acorda com alguma necessidade”, pontua. O que as empresas devem fazer, portanto, é entregar as respostas que os clientes ou potenciais clientes buscam, especialmente na internet. “Eu costumo brincar que o Google nos dá a reposta e o YouTube nos ensina a fazer”, afirma.

Mas esses são apenas alguns dos canais que podem ser aproveitados para levar as informações até o público-alvo. O próprio WhatsApp, na avaliação de Sheila, se tornou uma ferramenta indispensável no que se refere à criação de um canal de comunicação próximo aos clientes. “Hoje, oferecer atendimento pelo aplicativo se tornou uma necessidade básica”, opina. As redes sociais também são grandes aliadas nesse sentido.

Porém, Sheila ressalta que a internet não é o único meio de criar relacionamentos ou distribuir conteúdo interessante aos consumidores. Segundo ela, é possível adotar outras estratégias, como convidar um grupo de pessoas para ir até a empresa tomar um café e conhecer novos produtos, por exemplo. O atendimento personalizado, a atenção e o cuidado dispensados aos clientes demonstram a preocupação da empresa com eles e contribuem para estabelecer a aproximação e confiança desejadas.

Para exemplificar como trabalhar conteúdos para divulgar o negócio e a marca, a especialista cita que uma fábrica ou loja de máquinas de café pode disponibilizar em seu site dicas sobre as funcionalidades do produto, como usá-lo, fazer a limpeza. Sheila lembra que, hoje, as pessoas não têm mais tempo de passar horas em um estabelecimento ouvindo as orientações de um vendedor. E mesmo quando podem, acabam se esquecendo das dicas um pouco depois.

“Eu mesma, recentemente, comprei um carrinho de bebê. Além de me explicar como usar, a vendedora me mandou um link do fabricante com informações sobre o produto”, conta. Se não fosse isso, Sheila confessa que, meses mais tarde, não se lembraria de como lidar com todas as funcionalidades do objeto. Empresas que investem nesse tipo de comunicação ganham pontos com os clientes.

Estratégia ajudou empresa a passar pela crise

Há cerca de dois anos, no início da crise econômica que ainda atinge o Brasil, a Cruciol Imobiliária, uma das mais antigas e tradicionais de Londrina, decidiu adotar o marketing de conteúdo para se aproximar dos clientes. “Partimos do zero. Na época, o nosso site era usado basicamente como uma placa, não dizia direito quem éramos, o que pensávamos, qual era a nossa essência”, conta a sócia-proprietária da imobiliária, Newce de Souza Cruciol.

Para implantar a estratégia, a criação de um planejamento de conteúdo foi primordial. “Sentimos uma mudança muito grande. Foi o diferencial para passarmos pela crise com certa tranquilidade”, atesta. A empresária conta que o marketing de conteúdo ajudou bastante na venda de um loteamento lançado em meio ao clima de instabilidade econômica. “Estávamos muito focados em passar a comunicação correta”, afirma.

Por meio de um blog dentro do site da empresa e das redes sociais, a Cruciol conseguiu construir um relacionamento mais próximo com os clientes. “Quando usamos essas ferramentas, temos que ter alguns cuidados. Não criar expectativas, transmitir a verdade. Isso cria um canal de confiança e faz com que a mensagem seja ouvida”, argumenta.

Lifestyle nas redes sociais

Os empresários Roseli Giocondo e Fabio Ricardo Perdigão, donos do e-commerce Soul Home, também utilizam algumas estratégias de marketing de conteúdo para “conversar” com os clientes através das redes sociais. “Como trabalhamos com móveis, decoração e mesa posta, procuramos dar dicas de lifestyle, como receber em casa”, exemplifica Roseli. Segundo ela, o conteúdo gera engajamento e ajuda a criar confiança dos clientes na marca. “Vai muito além da relação de compra”, observa.

A intenção é, em breve, lançar um blog com inspirações para aumentar o engajamento com o público. “O marketing de conteúdo é um caminho sem volta. Hoje, 70% da nossa comunicação com os clientes ocorre por meio das redes sociais”, aponta. Por isso, a empresária lembra que não basta postar conteúdos, é preciso oferecer atenção necessária aos consumidores. “Não podemos ficar sem dar sinal de vida por muito tempo, principalmente quando estamos em campanha”, confessa. Mas ela garante que, quando o trabalho é bem feito, a aceitação é boa.

Curiosidade

Segundo informações da empresa Resultados Digitais, especializada em marketing digital de resultados, em 1895, a John Deere, líder no segmento de máquinas agrícolas, publicou a primeira edição da revista “The Furrow”, que existe até hoje e é focada em assuntos relacionados à agricultura. A publicação é considerada um dos primeiros registros de marketing de conteúdo, porque cumpre o propósito do conceito, que é educar o público e ganhar autoridade no assunto. Em vez de investir em anúncios sobre a própria empresa e os produtos que fabricava, a John Deere apostou em entregar aos clientes o que eles realmente precisavam: informação relevante e capaz de influenciar na decisão de compra.

Marketing de conteúdo

O que vale:

– Procurar um profissional qualificado e montar uma estratégia;

– Investir em textos, vídeos, imagens de qualidade;

– Criar um canal de comunicação dentro do site da empresa (blog, tutoriais, vídeos);

– Produzir conteúdo relevante e que atenda as expectativas dos clientes;

– Divulgar o conteúdo nas redes sociais. Mas, antes, analisar quais delas oferecem mais resultados para o seu tipo de negócio;

O que não vale:

– Escolher temas superficiais;

– Focar apenas na comunicação de promoções e vendas;

– Publicar fotos de comida, cachorro, criança, só para ganhar cliques;

– Iniciar a estratégia e desistir, após alguns meses. Espere, no mínimo, seis meses para medir os resultados.


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