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Entidades propõem novo modelo de coleta




Fonte: Jornal de Londrina

 

Organizar a coleta seletiva no Município e tornar a atividade economicamente viável depende mais de vontade política do que de recursos financeiros. É essa a opinião do presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Consemma), Fernando Barros, que desde 2007 trabalha para viabilizar a coleta seletiva em Londrina.

 

O projeto elaborado em conjunto com a Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Sebrae, Central de Pesagem e Venda (Cepeve), Ministério Público, Fundação Banco do Brasil e Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) propõe uma renovação completa do modo como é feita hoje a coleta seletiva na cidade. Da redistribuição dos setores ao modelo de organização dos recicladores, da administração do trabalho ao sistema de comercialização do material coletado, tudo deve ser readequado.

 

Atualmente, os recicladores retiram das ruas cerca de 100 toneladas de material reciclável por dia, o que corresponde a um índice de 25% de todo o lixo inorgânico produzido em Londrina. Embora seja o mais alto percentual de reaproveitamento do País, a atividade ainda tem potencial para crescer. “Pelo menos 50% a mais do que é recolhido hoje ainda vai para o aterro controlado”, afirmou o presidente do Consemma.

 

Para mudar essa realidade e fazer o sistema de coleta seletiva municipal tornar-se exemplar, a primeira medida, segundo Fernando Barros, é fundir as 35 ONGs que hoje atuam na reciclagem em uma única cooperativa prestadora de serviços ao Município. Mudar a logística de transporte do material recolhido e redistribuir os setores de forma a facilitar o trabalho e a locomoção dos recicladores é outro ponto fundamental, além de eliminar a figura do atravessador.

 

Hoje, tudo o que é coletado e separado nos barracões é vendido a intermediários a preços bem mais baixos do que pagariam as indústrias recicladoras no caso da venda direta. “Eles poderiam lucrar duas ou três vezes mais”, calcula Barros. “É mais uma questão de vontade política do que de dinheiro.”

 

O projeto já foi apresentado ao ex-presidente da CMTU Paulo Renato Mattiuz de Carvalho, durante a gestão interina de José Roque Neto (PTB), o Padre Roque, e ao atual presidente da companhia, Lindomar dos Santos, que achou a ideia “interessante”, mas fez algumas ressalvas. “Precisamos avaliar se criaríamos uma única cooperativa ou mais de uma e se este seria o melhor modelo. Também acho fundamental a participação [na discussão e implantação do projeto] dos atores principais da coleta, que são os trabalhadores do setor”, disse Santos. “Temos que sentar com eles [recicladores] e discutir alguns pontos.”

 

Projeto poderia funcionar em 90 dias

 

O presidente do Consemma, Fernando Barros, acredita que, dentro de 90 dias, seria possível iniciar o projeto da nova coleta seletiva e concluir a implantação até o final deste ano. O órgão executivo seria a CMTU. “Vamos melhorar o trabalho que já é feito. Eles já têm uma receita. No ano passado, antes da crise, eles faturavam R$ 300 mil”, ressaltou Barros.

 

O novo modelo prevê o fim da precariedade das instalações onde é feita a triagem e o armazenamento dos materiais e cada um desses locais seria equipado com prensa, balança, esteiras, computadores e outras ferramentas adequadas à atividade. Os recicladores passariam por um treinamento, haveria controle de estoque e os trabalhadores teriam assegurados benefícios comuns aos profissionais de outras áreas, como recolhimento de INSS e assistência médica. “A ideia é que eles ganhem, pelo menos, o valor de um salário mínimo nacional”, disse o presidente do Consemma.

 

Uma das propostas para aumentar a receita é que a cooperativa seja licenciada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para poder receber, regularmente, resíduos de grandes geradores.

 

“Há dois anos estamos discutindo esse novo projeto e entendemos que este modelo atual está falido. A transformação em cooperativa seria a melhor forma [de organização]”, destacou a promotora do Meio Ambiente, Solange Vicentin.

 


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