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Fazer mais com menos energia

Fonte: Revista Mercado em Foco – ACIL – Por Juliana Mastelini

De olho nos conceitos de sustentabilidade e com necessidade de redução de custos diante da baixa atividade econômica, um bom número de empresas está buscando alternativas criativas para consumir menos eletricidade.

Em Londrina, há exemplos de organizações que já praticam a política de eficiência energética. A construtora A. Yoshii, por exemplo, busca conscientizar seus colaboradores sobre a necessidade de economia de energia e faz a substituição de equipamentos como lâmpadas, impressoras e sistema de ar condicionado, por modelos mais econômicos. A empresa também tem um projeto-piloto que aciona o portão de garagem através da energia solar.

São projetos que podem trazer uma economia média de 25% no custo do insumo nos estabelecimentos comerciais, e 15% nas indústrias, segundo dados levantados pela Divisão de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, Utilização de Energia e Eficiência Energética da Copel.

A lógica da eficiência energética consiste em mudar hábitos ou investir em novos equipamentos para que tenha o mesmo resultado com menos consumo.

Uma lâmpada tipo LED de 7W, por exemplo, tem o mesmo grau de iluminância que uma lâmpada incandescente de 60W. Utilizando a lâmpada de LED desta potência no lugar de uma incandescente, economiza-se 53W por hora de consumo, sem mudança na iluminação do ambiente. Uma economia de quase 90% sem perda de desempenho.

A economia que uma empresa terá ao adotar medidas de eficientização energética vai depender também do tipo de mudanças que ela promove, explica o técnico de medição da Copel, Fabio Milanez. “Se for um hotel, por exemplo, e mexer na iluminação, é um impacto. Se mexer na iluminação, no frigobar e no ar condicionado, é outro impacto. Varia pelo tamanho da empresa e pelo que ela vai fazer”.

Neste sentido, o engenheiro coordenador de obras do Grupo A. Yoshii, Luis Carlos Pisicchio, explica que os resultados da empresa vêm da soma das atitudes promovidas. Além da troca dos equipamentos, a construtora adotou um Disjuntor Residual (DR) que protege os circuitos e desliga no caso de “fuga” de energia, evitando desperdício.

“Para equipamentos de uso diário a empresa adotou critério de comprar apenas equipamentos com selo de economia que, em curto prazo de tempo, a diferença de custo compensa. Temos uma campanha que acompanha consumos de energia, telefone e água. Com medições mensais, no final de cada trimestre, os resultados são apresentados aos colaboradores. No escritório e nas obras temos alertas como ‘desligue após o uso’, ‘reaproveite os papéis’ e ‘desligue ar condicionado ao sair’. Somadas, essas medidas geram ótimos resultados de economia e impacto positivo no meio ambiente”. O engenheiro destaca que a conscientização no trabalho faz com que os funcionários levem também as medidas de economia para seu cotidiano.

Copel tem programa de incentivo às empresas

A Copel abre periodicamente, cerca de uma por ano, chamadas públicas que contemplam projetos de eficiência energética no comércio, indústrias e instituições sem fins lucrativos. É o chamado Programa de Eficiência Energética (PEE). As empresas podem inscrever seus projetos apresentando as mudanças que pretendem aplicar e comprovando que o custo benefício do investimento vale a pena.

Para isso, é importante fazer um diagnóstico energético, verificar onde o consumo é maior na empresa e o que pode ser mudado na forma de consumir. Se o projeto é aprovado, o recurso é destinado através de um contrato de desempenho, que prevê a devolução dos valores em parcelas calculadas a partir do valor que se espera economizar com a mudança e da vida útil dos equipamentos instalados.

A última chamada pública em que uma empresa londrinense foi contemplada pelo programa ocorreu em 2013, com o Hotel Bourbon, através de um projeto voltado para iluminação e climatização. Na ocasião, a empresa trocou todos os aparelhos de ar condicionado.

Outras instituições da cidade também contempladas pelo programa foram a Santa Casa, Pontifícia Universidade Católica (PUC), Hospital Evangélico, SESI/SENAI e Prefeitura de Londrina, esta última com a troca de iluminação da rodoviária.

Em 2017, foram destinados R$16 milhões para projetos de eficiência energética em todo o Estado. Foram contempladas empresas e instituições sem fins lucrativos de Curitiba, Colombo, Ponta Grossa, Maringá, Lapa e Francisco Beltrão.

O PEE é regulado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e atende à cláusula do contrato de concessão de distribuição de energia elétrica que determina que as concessionárias devem destinar 0,5% de sua receita operacional líquida para ações práticas de eficiência energética.

Como participar

O primeiro passo é fazer um diagnóstico energético para avaliar onde se pode economizar na forma de consumir energia elétrica na empresa. A Copel disponibiliza um roteiro de diagnóstico energético em seu site (copel.com). A partir daí, deve-se produzir o projeto apresentando as mudanças e comprovando a economia pretendida. O documento deverá ser inscrito assim que for aberta a chamada pública no site da Copel. Com o projeto aprovado, o recurso é destinado para a execução, com o acompanhamento da companhia de energia elétrica, que também fiscalizará se a obra finalizada alcançou a economia prevista.

Todas as informações sobre o Programa de Eficiência Energética e chamadas públicas podem ser encontradas na aba Comercial e Industrial, no site da Copel.

Atitudes simples de eficiência energética

– Deixar cortinas abertas durante o dia para aproveitar a iluminação natural. Ligar a luz elétrica somente onde não existir iluminação natural suficiente para o desenvolvimento das atividades;

– Manter portas e janelas fechadas quando o ar condicionado estiver ligado;

– Verificar se todas as luzes e equipamentos estão desligados ao sair da empresa;

– Verificar as emendas ou conexões. Emendas frouxas ou conexões mal apertadas geram aquecimento, aumentando o consumo;

– Desligar as lâmpadas de dependências desocupadas, salvo aquelas que contribuem para a segurança;

– Dividir os circuitos de iluminação, permitindo a sua utilização parcial sem prejudicar o conforto;

– Substituir lâmpadas incandescentes e mistas por lâmpadas mais eficientes, lâmpadas fluorescentes e lâmpadas LED, preferencialmente com o Selo Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica);

– Limpar periodicamente os filtros dos aparelhos de ar condicionado, trocando-os quando necessário.


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