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Guarda-chuva da criatividade econômica

Fonte: Folha de Londrina

Em um primeiro olhar a economia criativa parece um conceito impreciso e ainda incipiente. Mas os setores que fazem parte do guarda-chuva dessa economia despontam como os mais resistentes à crise econômica. A temática norteará os estudos do Fórum Desenvolve Londrina de 2018. 

A intenção do Fórum é entender como os vários segmentos se organizam, o que falta para uma conexão entre eles e como potencializar a sinergia entre eventos, ações culturais, entretenimento, arquitetura urbana, gastronomia, tecnologia, artes visuais e outros ativos. 

Durante o ano o grupo fará o levantamento dos indicadores de Londrina e promoverá palestras com especialistas nas áreas relacionadas. A primeira foi realizada no dia 26 de abril, com o presidente-executivo do Visite São Paulo e da Unedestinos, Toni Sando, que abordou o segmento de turismo. 

O termo economia criativa surgiu em meados da década de 1990, na Austrália e na Inglaterra, como ponto de partida para criações de planos de desenvolvimento econômico a partir da economia do conhecimento e depois derivou para a criativa. Encaixam-se dentro desse conceito setores e atividades com conhecimentos aplicados com criatividade e inovação como: design, moda, arquitetura, publicidade, expressões culturais, patrimônio e artes, música, artes cênicas, editoral, audivisual, Tecnologia e Inovação, Biotecnologia e P&D (produção e desenvolvimento). 

Por vezes, essa vertente econômica ganha outros denominadores como indústria criativa ou economia da cultura. Independentemente da denominação, esse aspecto de economia é recente e começa de certo modo atrasado no Brasil, de acordo com o professor Fernando Gimenes, do Departamento de Administração da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e coordenador do livro "Economia Criativa: Conhecimento, Criatividade e Empreendedorismo para uma sociedade sustentável".

O desenvolvimento de games e o setor de audiovisuais parecem ter se apropriado mais rápido da identidade econômica da atividade. "Economia da cultura está inserida na economia criativa, principalmente voltada à ideia de arte, literatura e música, mas o artista ainda não gosta da identidade de empreendedor cultural", comentou o professor. 

BAGAGEM 
Nesse caminho de empreendedorismo criativo e cultural, Londrina já tem uma bagagem. A cidade se destaca pelos festivais de música, teatro, audiovisual, iniciativas ligadas à dança e literatura. "Atraímos eventos científicos e ligados ao agronegócio, gerando um turismo potencial de negócios, o que impulsiona infinitos segmentos da economia local. A gastronomia também é bastante diversificada. Temos um ambiente que favorece a cultura, o relacionamento entre as pessoas, e somos um polo educacional que amplifica a capacidade de articulação e de inter-relação entre os potenciais geradores do ambiente de economia criativa", afirmou Cláudia Romariz, presidente do Fórum Desenvolve Londrina. 

Ela acredita que com o estudo dos indicadores será possível conectar de forma mais clara os segmentos que abrangem o guarda-chuva da economia criativa e propor ações estratégicas para potencializar o desenvolvimento sustentável da cidade. "No ano passado, estudamos e propomos ações estratégicas para que Londrina caminhe rumo a uma cidade inteligente. Percebemos o quanto inovação e criatividade estão conectados. E o quanto a conexão para o desenvolvimento de negócios criativos favorece a inovação", disse. 

POTENCIAL 
Os espaços de coworking, por exemplo, na avaliação da presidente, trouxe um novo jeito de se relacionar no mercado e mostra o potencial da economia colaborativa. A expansão do segmento do audiovisual é outro exemplo de criatividade e inovação. "O surgimento de várias startups também evidencia este ambiente que favorece a expansão da economia criativa. O que falta é unir tudo isso, demonstrar o quanto as conexões e os projetos conjuntos favorecem o desenvolvimento e criam novos e potenciais estímulos para a projeção da cidade", declarou. 

Segundo o consultor do Sebrae, Rubens Negrão, em Londrina os setores ainda trabalham em separado. O Sebrae realiza projetos de turismo com o desenvolvimento de rotas turísticas e artesanato, de TI (Tecnologia da Informação), com grupos do setor audiovisual com produção voltada para curtas e longas-metragens, indústria de alimentos com uma pitada gourmet. 

"Vantagem de se ter um projeto de economia criativa é que você coloca indicadores para a economia criativa. Hoje, os indicadores estão nos setores. Você conecta os setores e identifica qual setor falta e quais têm potencialidades. Outra vantagem é que você conecta os setores em uma visão de resultado", afirmou Negrão. 

O consultor afirmou que a cidade já desfruta de uma economia criativa desenvolvida e que o desafio é organizar e converter essa economia em emprego e renda.


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