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Inovação é requisito para sobreviver no mercado




Fonte: Folha de Londrina

 

São Paulo – Micro ou pequena empresa inovadora cresce mais rápido, faz mais sucesso e tem mais chances de sobreviver no mercado, especialmente nos primeiros anos, quando a maioria das novas empresas fecha as portas no Brasil. Mas, ainda assim, uma pesquisa divulgada recentemente mostra que apenas 0,6% dos micros e pequenos empresários são inovadores. O estudo da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2008 coloca o Brasil nas últimas posições no ranking dos 43 países pesquisados sobre o tema.

 

Para o professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Hélio Gomes de Carvalho, palestrante no evento ””Desafios do Crescimento – Inovação nas Pequenas Empresas””, essa semana em São Paulo, inovação não envolve, necessariamente, tecnologia. ””A maioria das inovações acontece não de forma radical, mas sim incremental. Ou seja, é fazer a melhoria em produtos e processos de forma gradual para ganhar espaço no mercado””. Ele defende que uma boa fonte de ideias são os próprios funcionários da empresa.

 

Um caso usado como exemplo no evento promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae), é de um empresário do ramo da olaria de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O proprietário Nilson Luiz Tortato há um ano recebe a orientação dos agentes locais de inovação, um programa piloto do Sebrae no Paraná e no Distrito Federal. Apesar da técnica para a fabricação de tijolos ter vindo da família, Tortato mudou procedimentos e agora diz ter conseguido um produto de maior qualidade e com maior espaço no mercado.

 

””O programa me ajuda a desenvolver ideias que eu já tinha, mas não sabia como implementar. Meu faturamento cresceu porque aumentei a margem de lucro””, conta. A empresa, de apenas sete funcionários, fabrica cerca de 500 mil tijolos por mês.

 

O consultor do Instituto de Economia da Unicamp, Carlos Américo Pacheco, explica que a maior dúvida do empresário é por onde começar. Ele sugere um modo simples de onde procurar a informação: ouvindo o consumidor. ””Na maioria das vezes, a empresa inova porque o mercado exige. No Brasil, um terço das empresas inova a cada dois anos. No mundo a média é 50%.””

 

Para não sair do mercado por não conseguir produzir o que seus clientes exigiam, Luís Fernando Matiuzzi Lemos precisou buscar novas tecnologias para desenvolver seu produto. Sua empresa, de 20 funcionários, fabrica abas de boné na cidade polo do produto, Apucarana. Os clientes pediam um produto semelhante ao importado da China e ele foi até o outro lado do mundo aprender como consegui-lo.

 

A modificação no processo foi feita aos poucos e hoje ele acredita ter atingido o produto ideal dentro da necessidade do seu mercado – uma ””aba sem memória””, que adquire o formato desejado pelo consumidor e não volta com o uso. ””Se eu não tivesse mudado meu produto, meus clientes iriam importá-lo. Enquanto o material usado na aba chinesa é virgem, o meu é totalmente reciclável. Hoje já exporto para Bolívia e México, mas penso em ampliar para outros países da América Latina””, conta Lemos.

 

A inovação foi possível porque ele, junto a outros quatro empresários do setor, respondeu a um edital de chamada do Sebrae com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia. Eles precisaram arcar com 10% dos R$ 300 mil investidos nas pesquisas e depois teve que adaptar seu maquinário para o novo processo. Em compensação, garante que agregou valor ao seu produto em torno de 20% e passou de quinto lugar a líder de mercado na região. Ele fabrica 2,5 milhões de abas por mês, sendo que Apucarana produz 5 milhões de bonés no mesmo período.

 

Os exemplos dos dois empresários paranaenses são minoria, como mostrou a pesquisa GEM. Somente 3,4% dos empreendimentos brasileiros lançam novos produtos e menos de 2% utilizam tecnologias disponíveis há pelo menos um ano. A grande maioria dos empresários, 84%, só lança produtos já conhecidos no mercado.

 

Marcela Rocha Mendes para Folha de Londrina.


www.bonde.com.br/folhadelondrina

 


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