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Londrina tem saldo negativo de 3.517 empregos em abril

Fonte: Folha de Londrina

A crise causada pela pandemia do coronavírus sacrificou 3.517 postos de trabalho em Londrina no mês de abril, segundo levantamento realizado pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Campus Londrina. No mês, a cidade gerou 2.290 empregos, mas demitiu 5.807 trabalhadores.

A pesquisa fez o levantamento da evolução do emprego em cinco cidades da RML (Região Metropolitana de Londrina). No total, as cinco cidades (Londrina, Ibiporã, Cambé, Rolândia e Arapongas) ficaram com saldo negativo de 5.487 postos de trabalho, com 3.692 contratações e 9.179 desligamentos.

Londrina foi o município com o pior resultado, mas Arapongas teve o pior desempenho em números relativos. A variação do emprego na cidade em relação ao mês anterior foi de -3,63%. Com saldo negativo de 952 empregos, o setor de indústria de Arapongas foi o que mais demitiu nesse período.

Os setores de Serviços e Comércio foram os mais afetados em Londrina, por terem maior participação no PIB (Produto Interno Bruto) da cidade. O setor de serviços terminou o mês de abril com -1.566 empregos, e o de comércio -1.136, e responderam por 77% dos desligamentos em Londrina. De forma geral, a pesquisa mostra que o desemprego atingiu todos os setores da economia de forma homogênea. A indústria, por exemplo, foi responsável por 18,5% das perdas de postos de trabalho na cidade.

Presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Fernando Moraes diz que o resultado já era esperado. “Infelizmente todos os incentivos do governo não foram suficientes para que as empresas mantivessem seus colaboradores, principalmente essas que fecharam.” Em maio, no entanto, Moraes diz esperar que os resultados sejam diferentes. “O que se espera é que em maio, como o comércio, os serviços e a indústria já retomaram, a curva pare de cair.”

Segundo o economista e coordenador da pesquisa, Marcos Rambalducci, a projeção é que até o final do ano o número de desempregados chegue a 10 mil só em Londrina. “Até o final do ano não imaginamos que a situação vá melhorar. Caminhamos para uma situação de aceleração, afinal de contas, ainda não chegamos ao fundo do poço.”

Os números negativos de emprego vêm em linha com a queda do PIB da cidade, e portanto já eram previstos, explica o economista. “Tínhamos previsto uma queda no PIB de Londrina de 5,1%. Para cada queda de 1%, perde-se 1.250 empregos formais, aproximadamente. O que se percebe é que já temos a materialização da perda da nossa produção na ordem de 2,5% só no mês de abril.”

Essa crise tem origem na queda da demanda e do consumo, afirma Rambalducci. Com as pessoas e trabalhadores em casa, há menos produção e menos demanda de produtos e serviços. “As pessoas estão retraídas dentro de casa nesse processo de evitar o contágio do Covid-19, e passam a consumir menos. Com os funcionários sendo mantidos em casa, se produz menos, então temos dois choques: um da produção e outro da demanda que caíram, e isso faz com que haja uma menor necessidade de bens e serviços colocados para consumo, o que significa necessidade de menos trabalhadores, aumentando o desemprego.”

Para quem perdeu o emprego, o auxílio emergencial do governo para a população mais vulnerável e disciplina orçamentária se tornam mais que necessários, orienta o economista. “Ver que contas precisa pagar primeiro para garantir a sobrevivência. É fundamental que as pessoas administrem bem e depois paguem aquelas contas cujos juros são maiores, como cartão de crédito e cheque especial. Negociar o que puder como é o caso de estatais de energia, água e telefonia, que estão permitindo postergar o pagamento. Usar dessas alternativas e conter o impulso de compra é fundamental para manter a sobriedade com o dinheiro que tem.”


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