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Nível de emprego na indústria sofre maior queda desde 2003, diz CNI

EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília

 

O emprego na indústria brasileira fechou o mês de fevereiro com os piores resultados dos últimos seis anos. De acordo a pesquisa mensal do setor realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), o emprego na indústria caiu 1,5% em relação a fevereiro do ano passado e 0,9% em relação a janeiro deste ano. Estes são os piores percentuais da série histórica da CNI, iniciada em 2003.

 

Já o faturamento da indústria caiu 10% em relação ao mesmo período do ano passado, mas apresentou recuperação de 0,7% na comparação com janeiro. As horas trabalhadas caíram 8,4% em relação a 2008, mas subiram 0,2% sobre o primeiro mês do ano. A massa de salários subiu 0,4% na comparação anual.

 

“Os indicadores industriais da CNI referentes ao mês de fevereiro não apontam sinais consistentes de recuperação da atividade industrial”, diz a CNI. De acordo com a entidade, a pequena recuperação em relação a janeiro se deve à fraca base de comparação.

 

No primeiro bimestre, todos os resultados foram os piores da série: o faturamento recuou 10,9%; as horas trabalhadas, 7,8%; e o emprego, 0,9%. O índice de uso da capacidade instalada ficou estável em relação a janeiro (77,8%).

 

A massa salarial (soma de todos os salários) cresceu 1%, menor percentual da série. “Os impactos da redução da atividade industrial no início deste ano se manifestam fortemente no mercado de trabalho. Temos, até fevereiro, quatro meses seguidos de queda no indicador mensal. E esse enfraquecimento no mercado de trabalho começa a se refletir no rendimento”, disse o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco.

 

Setores

 

Os setores mais afetados no começo deste ano pela queda no emprego foram madeira (-17,4%) e material eletrônico e equipamentos de comunicação (-10,8%). No outro lado, houve crescimento na indústria de alimentos e bebidas (3,8%) e minerais não-metálicos (4,5%).

 

Em relação ao faturamento, os piores resultados foram em metalurgia básica (-42,6%) e madeira (-23,7%).

 

Apenas quatro setores tiveram crescimento. O maior (+56%) foi no setor de outros equipamentos de transportes –que inclui navios, aviões e helicópteros, entre outros. Segundo a CNI, esses produtos são encomendas de longo prazo, por isso não refletem ainda o efeito da crise.

 

O setor automotivo registrou queda de 10,3% no faturamento, 19,3% nas horas trabalhadas e 4,2% no emprego no bimestre. Na comparação com janeiro, o setor teve recuperação, devido ao aumento das vendas por causa da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

 

Desastre

 

O economista da CNI diz que não prevê ainda sinais de recuperação na indústria no primeiro semestre de 2009. A entidade espera, no entanto, que possa haver crescimento na segunda metade do ano.

 

“Não vou dizer que o ano está perdido, pois pode haver uma recuperação no segundo semestre. A situação não está em processo de agravamento, mas está em um nível deprimido, que se mantido até o fim do ano seria um desastre”, afirmou Castelo Branco.

 

De acordo com a CNI, a indústria precisa crescer 9,3% nos próximos dez meses para fechar o ano no “zero a zero”. O emprego teria de avançar 1,8%.

 

“Você tem de ter uma recuperação forte para minimizar a queda no início de 2009. O nível de produção está muito baixo.”

 

Fonte: Folha Online


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