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Quase dois terços das pequenas empresas dizem sofrer com a crise




Luciana Bechara: ‘‘Enxugamos os custos e não precisamos demitir ninguém’’ (Foto)

  




Fonte: Folha de Londrina

 

Curitiba – A crise financeira afetou 63% das micros e pequenas empresas nacionais. Indústria, agronegócio e exportação foram os setores do País que sentiram os efeitos mais fortes. Os dados fazem parte da pesquisa Impacto da Crise Financeira Internacional nas MPEs Brasileiras, do Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae/SP).

 

O coordenador da pesquisa, Marco Aurélio Bedê, disse que o impacto foi mais intenso no Sudeste e no Centro-Oeste, onde 64% das empresas se queixaram de efeitos negativos. A primeira região tem uma concentração maior de indústrias e de exportadores. Já no Centro-Oeste, predomina o agronegócio.

 

O levantamento mostra que, no Paraná, 60% das micro e pequenas empresas foram afetadas pela crise. A queda na demanda foi apontada como principal fator por 55% das pessoas consultadas pelo estudo. No entanto, 51% dos empresários acreditam que o faturamento vai aumentar nos próximos seis meses, 38% preveem manter as vendas e 11% acham que o faturamento deve diminuir. A pesquisa sobre o Estado mostrou que 64% devem manter o número de empregados, 28% pretendem aumentar e 8% acreditam em redução.

 

No País, entre os principais problemas, a queda de demanda foi indicada por 60% dos entrevistados, seguida de juros mais caros (45%) e dificuldade na obtenção de crédito (40%). A pesquisa foi realizada entre março e maio deste ano, junto a 4.200 micro e pequenas empresas de todo o País. Somente 2% das MPEs apontaram aumento da inadimplência dos clientes e queda nos lucros como reflexos da crise mundial.

 

Marco Aurélio Bedê informou, entretanto, que há entre os empresários uma perspectiva relativamente otimista para os próximos seis meses: 46% das empresas esperam melhora do faturamento, 43% acreditam que o cenário permanecerá o mesmo e 9% acham que vão diminuir as vendas. No emprego, 66% dos empresários pretendem manter o quadro atual, contra apenas 8% que planejam demitir.

 

O consultor do Sebrae advertiu que o problema de financiamento não é específico da crise externa, mas sempre ocorreu no Brasil para esse segmento econômico.

 

A indústria teve o impacto maior da crise, mas o comércio também sentiu os efeitos negativos. Segundo ele, o setor industrial é mais dependente de empréstimos para capital de giro e está mais vinculado à economia internacional na parte da exportação. Também trabalha com volumes grandes e produtos mais caros. Esses fatores levam a uma maior concentração dos problemas na indústria, explicou Bedê.

 

Luciana Bechara, proprietária da indústria de roupas para bebês de Curitiba, Be Little, procurou alternativas para que a empresa não fosse atingida pela crise. Ela criou uma loja virtual da marca para vender direto ao consumidor. Em fevereiro, quando foi criada, a loja tinha cerca de cinco a dez visitas por dia. Hoje, esse número cresceu para 700 acessos diários. A empresa investiu em planejamento de marketing aos clientes e em ações em sites para bebês. A fábrica tem sete anos e conta com 35 funcionários diretos e 90 indiretos. ””Enxugamos os custos e não precisamos demitir ninguém””, contou. A marca tem ainda duas lojas físicas e a produção chega a 25 mil peças por mês. ””Em momento de crise, o marketing é a primeira ferramenta que a gente utiliza””, disse.

 

Andréa Bertoldi para Folha de Londrina.

www.folhadelondrina.com.br

 


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