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O mundo na nuvem

Fonte: Francismar Lemes – Revista Mercado em Foco/ACIL

Dados são o novo poder e ativo na economia global, bem como na política, ciência e qualquer outra atividade. Estima-se que, em 2025, o mundo alcance 163 zettabytes de informações. Cada zettabytes corresponde a 1 trilhão de gigabytes. Destes, antes mesmo da pandemia do novo coronavírus, 30% já eram considerados críticos para a vida humana, como os das áreas médica e de transporte. O que fazer para armazenar e transferir tanta informação com a limitação dos datacenters físicos, no caso das empresas e organizações? O mundo na nuvem está aí para isso.

Projeções também mostram que, em cinco anos, uma pessoa irá interagir, em média, com 4.800 aparelhos conectados diariamente. Indicadores da necessidade de planejamento para guardar um número ilimitado de dados.

São estimativas que devem ter um novo desenho com a pandemia da Covid-19, que acelerou o uso de recursos em nuvem por empresas para a realização de negócios e trabalhos remotos.

O armazenamento na nuvem substitui toda infraestrutura de TI por uma grande rede, e disponibiliza o acesso aos arquivos e informações armazenadas, bastando o usuário ter um dispositivo conectado à internet.

Para se tornarem mais responsivas aos clientes e competitivas no mercado, empresas como American Airlines estão migrando para o armazenamento na nuvem.

Redução de custos em investimentos em upgrades, confiabilidade operacional, produtividade, rapidez nas respostas aos clientes e mobilidade estão na ponta da lança desse negócio em expansão.

O diretor de Engenharia e Operações da Sercomtel, Tiago Carnelós Caetano, destaca que dados e informações são ativos que precisam ser resguardados com segurança, assim como a utilização.

“Hoje os dados são o que mais valem em todos os setores que existem. São extremamente valiosos. O complicado é saber como utilizar essas informações e esses dados. O que dá para se notar é que as empresas, as multinacionais, estão fazendo de tudo para obterem o maior número de dados possíveis do usuário para que, no futuro, esses dados possam ser utilizados. Hoje, se capta muitas das informações, que ainda nem se sabe para que serão utilizadas”, avalia.

Custo-benefício

Serviços de armazenamento como Google Drive, Dropbox, One Drive e Cloud Drive disputam dados de pessoas físicas e de empresas. A expectativa é que até 2025, cerca de 80% dessas empresas terão migrado os dados para a nuvem, o que aumentará a demanda por profissionais de Tecnologia da Informação (TI), entre outras profissões.

O LinkedIn fez uma lista de 15 habilidades para ajudar na contratação em 2020 e de cursos on-line para aprendê-las. A computação em nuvem está no topo. Essa relação está num artigo da repórter de comércio no Business Insider, Mara Leighton, para a Cúpula de Impacto do Desenvolvimento Sustentável, do Fórum Econômico Mundial. Veja a lista completa no endereço https://www.weforum.org/agenda/2020/09/linkedin-online-elearning-skills-jobs-hiring/.

A expectativa é que o mercado mundial de armazenamento na nuvem movimentará aproximadamente US$ 160 bilhões por ano com a adesão de pequenas e médias empresas.

“O armazenamento em nuvem é uma garantia de segurança não só para as empresas, mas para o consumidor final. Tem ainda a praticidade de ter toda a informação disponível a qualquer momento e em qualquer lugar que você esteja, onde tenha internet”, afirma Caetano.

Camadas de segurança na nuvem, como controle ao acesso de informações, criptografia para acessar os sistemas, compliance com a regulamentação, otimização de equipamentos, armazenamento do arquivo em diferentes servidores, entre outras, são defesas contra ataques, roubos, vazamentos de dados e exclusão. Contudo, o maior medo dos que resistem à migração dos dados é a segurança da informação.

“Com a contratação do serviço por empresas corretas, com certeza existe a segurança dessa informação. A gente tem vários níveis de segurança, principalmente operadoras de telefonia e bancos, por exemplo, para que os que têm má intenção não consigam obter essas informações. Tem a criptografia, são diversos níveis de segurança na nuvem. Hoje, a Sercomtel possui ainda grande parte de equipamentos em que armazenamos fisicamente as informações. Só que também disponibilizamos, para grande parte dos nossos clientes, serviço de armazenamento na nuvem”, ressalta o diretor.

Praticidade versus insegurança

O designer Dilan Ferreira Gama, 34 anos, trabalha com um volume grande de conteúdos e dados. A nuvem é uma alternativa não só para armazenamento, mas também de transferência de arquivos.

“A nuvem é imprescindível, principalmente no trabalho remoto. A transferência de dados flui melhor. Todos os dias, eu preciso fazer download e upload de um grande volume de dados e transferi-los. Para o meu trabalho, a nuvem é fundamental”, destaca Gama.

O designer confia que a camada de segurança oferecida pelos serviços de armazenamento em nuvem protege os dados. Ressalta também a facilidade de interação com outras pessoas envolvidas no projeto e clientes, e a possibilidade de edição de arquivos compartilhada.

“Acredito que tem uma proteção boa na nuvem e nunca tive problema. Tenho um serviço pago, que oferece garantias de segurança. Geralmente, eu também trabalho com mais de uma pessoa, o que facilita a troca de informação e arquivo”, considera.

De acordo com o ranking da Asia Cloud Computing Association (ACCA), que lista os países que têm melhores condições para a computação em nuvem, o Brasil está em oitavo lugar, disputando com Hong Kong, Cingapura, Nova Zelândia, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Japão e Estados Unidos.

Porém, ainda é um serviço que nem todas as empresas, profissionais e pessoas físicas se sentem seguros em aderir.

Aurélio Dias Trintin, 47 anos, é diretor de Criação da Easycom. Ele ainda não guarda seus arquivos para nuvem. “Não costumo armazenar na nuvem porque tenho medo de perder os arquivos. Também acho que existe um risco de segurança”, avalia Trintin.

Ele prefere armazenar os arquivos em HDs externos. Apesar de tudo o que os serviços em nuvem oferecem, os HDs ainda são uma opção importante de armazenamento.

Um HD externo de dois terabytes custa em média entre R$ 300 a R$ 500. O mesmo espaço na nuvem de serviços populares, como o Google Drive custa em torno de R$ 350. Porém, o HD externo pode ser acessado sem conexão com internet, o que é uma vantagem.

Trintin tem, pelo menos, uns três HDs externos para armazenar arquivos. “Trabalho com muitas imagens e as pessoas sempre dizem: ‘Salva na nuvem’, mas prefiro manter meus HDs”, afirma.

A recomendação de Trintin é que ao armazenar arquivos em HDs externos, replique em outros dispositivos. “Não sou contra o armazenamento na nuvem. Essa é uma tendência. Apesar de ser uma inovação, eu com os meus HDs, nunca perdi um arquivo. Prefiro manter os meus arquivos perto de mim”, conclui Trintin.


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