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O poder de viver em movimento

Fonte: Juliana Felis – Sob supervisão de Susan Naime | Revista Mercado em Foco/ACIL 

Juntamente às facilidades da chegada da vida moderna, vêm as consequências de uma rotina agitada, mas com menos movimento. Você sabia que o Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial de pessoas consideradas sedentárias? Na América Latina, o nosso país é líder nesse quesito. É o que mostram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicados em 2020.

O panorama brasileiro é preocupante, mas se trata de um problema mundial. E é por isso que o calendário, no dia 10 de março, marca um alerta sobre a necessidade de praticar atividades físicas para elevar a qualidade de vida e prevenir o surgimento de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes.

Se você está entre os 40% (IBGE) dos brasileiros considerados insuficientemente ativos ou que se exercitam menos que 150 minutos por semana, saiba que os impactos disso podem atingir, negativamente, todas as áreas da sua vida.

“Hoje, a gente anda muito mais de carro e pouco a pé. O controle remoto da televisão e o elevador, por exemplo, nos acomodam. Com escadas ou esteiras rolantes, deixamos de fazer esforço para nos movimentar”, afirma a educadora física Silviane Moreira.

Com os aparatos da vida moderna, o sedentarismo se tornou quase irresistível a nós. “A pessoa que precisava de um ônibus para ir ao trabalho, hoje, não desce no ponto e continua o trajeto a pé. Ela pede um uber. Coisas assim foram tornando o indivíduo cada vez mais sedentário”, indica. “Para algumas pessoas, tempo na academia é tempo perdido. Mas aí é que se enganam. Quem faz atividade física não perde nada, mas ganha, principalmente qualidade de vida.”

A educadora chama a atenção para um fato que muitas vezes passa despercebido. Pensemos na rotina de milhões de brasileiros. Entram no carro, e sentam. Chegam no trabalho, sentam em frente ao computador. Voltam para casa, sentam à mesa ou no sofá. Muitas pessoas passam a maior parte do tempo paradas. “Fazer uma caminhada três vezes por semana, de 20 a 30 minutos, já está ótimo. Se não tem 30 minutos livres, pode fazer 15 minutos de manhã e 15 à tarde. É melhor do que chegar em casa e pensar: ‘mas eu só tenho 15 minutos’, porque esses 15 minutos você passará no sofá, na televisão ou no celular”, alerta.

As “inas” do bem

Os benefícios que a atividade física promove no corpo e na mente são resultados da liberação de hormônios. Hormônios esses que são imprescindíveis para o bom funcionamento do nosso corpo. Eles são responsáveis por “chamar a atenção” de várias partes do nosso organismo por meio do sangue.

Quando ouvimos dizer que a atividade física ajuda na qualidade do sono e do bem-estar, é justamente o equilíbrio de hormônios como adrenalina, endorfina e noradrenalina, que promove isso.

“No caso de uma pessoa sedentária, alguns hormônios deixam de circular no nosso corpo. Com isso, sensações de estresse e falta de ânimo aumentam. Quando produzidos, propiciam um sentimento de dever cumprido. Essa pessoa fica mais relaxada, disposta e feliz”, enfatiza Silviane.

Na vida profissional, mais benefícios!

E a atividade física pode fazer ainda mais por nós: ela contribui significativamente para uma maior produtividade no âmbito profissional. Os hormônios liberados agem na melhora da percepção e atenção, e nos deixam mais concentrados e criativos, principalmente por nos tirar da zona de conforto.

Pesquisas apontam ainda que começar o dia fazendo exercícios pode ajudar com a organização da rotina e gestão do tempo, o que traz satisfação e diminuição do estresse.

Empresas possuem um tipo de vantagem bônus quando contam com colaboradores fisicamente ativos: gastam menos! De acordo com um relatório da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, esses funcionários têm custos mais baixos ligados à saúde, além de exigirem menos licenças médicas.

Segundo Moreira, “em países onde a atividade física é incentivada, como é o caso dos Estados Unidos, as empresas investem na saúde dos colaboradores através da ginástica laboral”, uma série de exercícios feita no ambiente de trabalho, conduzida por um fisioterapeuta ou professor de educação física, que leva de 10 a 15 minutos.

Uma outra forma que empresas estão aderindo para contribuir com a qualidade de vida, citada pela educadora, é o Gympass, um “passe-livre” a diversas academias, como convênios como planos de saúde e odontológico.

Pandemia da inatividade física

A pandemia do novo coronavírus passou a ser chamada também de pandemia da inatividade física. Isso porque, para evitar aglomerações, as academias fecharam e parques e espaços públicos ao ar livre foram impedidos, o que fez com que muitos de nós deixasse de lado qualquer ‘movimentação’.

A educadora física explica que o impacto disso foi ainda maior no caso daqueles que precisaram, de uma hora para outra, parar. “Uma pessoa que fazia um mês, dois meses de academia, e parava, não sentiu tanto quando alguém que tinha uma regularidade”.

No entanto, isso serviu para ratificar a máxima de que ‘quem quer, dá um jeito’. “As pessoas conseguiram perceber que elas podem fazer atividade física na sala de casa, no quarto, com o peso do próprio corpo”, afirma Silviane. O ‘boom’ das lives se estendeu também ao lifestyle fitness. Vídeos de influencers e personal trainers alcançaram milhões de pessoas interessadas em manter o ritmo mesmo em tempos de isolamento.

“É preciso se adaptar. Não tem jeito. Imagine uma pessoa parada há quase um ano? Imagine o impacto na qualidade de vida e na saúde mental dela?”, indaga Silviane.

Através desses hormônios terminados em “ina”, a nossa saúde mental também ganha. “Desenvolvemos sensações de bem-estar, disposição e felicidade. A pessoa pode sair extremamente cansada da academia, mas sai feliz.” Você já se sentiu irritado, sem nem saber o porquê? Pode ser o seu organismo reagindo ao desequilíbrio desses hormônios. Quando isso acontece, somos sondados pelo mau-humor, indisposição e ansiedade.

BOX

Quer começar e manter (ou voltar a ter) uma rotina de atividade física? Silviane Moreira compartilhou dicas-chave com a gente, que podem fazer toda a diferença.

– Procure algo que você se encaixe. Não faça atividade física obrigado.

– Não se cobre metas muito altas! Trabalhe no desenvolvimento do hábito e da constância.

– Seja persistente! O primeiro mês é o mais difícil e o mais importante para seguir com uma rotina ativa.


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