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O que esperar para o varejo e dos varejistas em 2018?

Fonte: NOVAREJO

Copa, eleições e promessa do Hexa. Parece 2014, mas será 2018. Isso também na economia e no varejo. Dados do índice mensal do comércio mostram que voltamos a níveis de venda e consumo de antes do último mundial de futebol no Brasil. O volume de vendas, que de 2014 a 2016 acumulou retração de 20%, começou a reagir. Isso deve fazer com que o comércio e os serviços fechem 2017 com um resultado positivo. O próximo ano parece ser de recuperação econômica e crescimento do consumo.

“Temos uma volta do equilíbrio da economia. Isso mostra um mercado ainda pujante, especialmente o nosso da alimentação saudável. Cumpriremos o nosso desafio de 2017 e, com o que a gente vem ouvindo das projeções dos próximos anos, estamos otimistas para fazer um resultado ainda melhor”, acredita Daniela Heldt, COO do Mundo Verde.

A rede de produtos naturais mudou a sua gestão com a vinda da crise econômica. A companhia, que foi comprada pelo empresário Carlos Wizard Martins, em 2014, deve consolidar mudanças implementadas em 2017. Além das franquias tradicionais, a marca lançou quiosques em novembro deste ano, para atrair investidores com menor capital, em torno de R$ 120 mil. A loja ampliada, em contrapartida, demanda cerca de R$ 400 mil de investimento inicial. “Estamos lançando esse modelo para a região Sudeste, para o Paraná, por uma questão de logística”, conta a executiva.

Outra estratégia da marca foi o reforço do mix de produtos próprios. “A gente tem uma grande meta de alcançar o ano de 2020 com 50% do faturamento de nossas lojas em marca própria”, conta a executiva da rede. Em 2018, a marca deve lançar uma terceira marca, provavelmente também esportiva. “De 2016 para 2017, o Mundo Verde teve aumento de 10% em seu faturamento. Esperamos que a rede tenha em 2018 a mesma alta nas vendas”, espera a COO do Mundo Verde.

Dois tempos

Assim como o Mundo Verde, executivos de redes de varejo têm grandes planos para 2018. Apesar de todo o cenário incerto que um ano de eleições deve trazer, as perspectivas são otimistas – ao menos mais estáveis do que foi 2017, quando o varejo passou por dois momentos. “O primeiro semestre foi de arrumar o time, com as empresas se concentrando em ajustar as operações”, explica Guilherme Nunes, da KPMG.

“Resumidamente, 2017 foi um ano de transição em que as empresas focaram ajustar mais os seus modelos e as suas operações para se preparar para uma retomada de crescimento em um futuro próximo”, afirma. De acordo com o especialista, os varejistas seguiram protegendo o caixa, cortando custos, fechando lojas pouco rentáveis e mantendo no portfólio as operações com melhor rentabilidade.

O segundo tempo veio com a retomada do consumo. “O varejo interrompeu uma sequência de três anos de queda nas vendas”, afirma Fábio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC (Confederação Nacional do Comércio). Para 2018, a entidade projeta um aumento nas vendas de 3,7% no comércio. “Para a gente recuperar aqueles 20% de perdas da crise vai levar um certo tempo, mas o varejo já deu um passo à frente”, pondera o economista.

As empresas têm-se estimulado com os últimos resultados da economia, como a redução da taxa de juros e, principalmente, com o aumento do consumo, um dos pilares do varejo. Em novembro, a Intenção de Consumo das Famílias chegou a 80,2, maior patamar desde junho de 2015. O índice, calculado pela CNC, foi o maior desde julho de 2015.

Contribuíram para este resultado políticas econômicas, como a redução da taxa de juros e mesmo a liberação dos recursos do FGTS inativo, que injetou R$ 44 bilhões na economia. No começo de dezembro, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa Selic para o menor nível desde 1986. A taxa, que desde outubro de 2016 tem ritmo constante de queda, deve fechar o ano em 7%.

“O varejo tem muito a ganhar do que foi feito recentemente. Não só o varejo vai crescer em linha com o PIB ou mais, mas o varejo vai se beneficiar do corte da Selic”, projeta Gustavo Cruz, economista da XP Investimentos. Para ele, esses efeitos serão sentidos especialmente no primeiro semestre de 2018.

Já a economia do País também deve sair do vermelho. A projeção do mercado é de um crescimento do PIB em torno de 1% – a primeira variação positiva desde 2014. Para analistas, porém, o País ainda tem juros altos, especialmente para empresários e consumidores. “Esse foi um ano de transição. Já houve sinais de melhoria, seja na queda de inflação, seja na taxa de juros, mas de uma forma ainda muito tímida”, diz Nunes, da KPMG. Maurício Morgado, coordenador do Centro de Excelência em Varejo da FGV-EAESP, concorda. “Em 2017, paramos de sangrar e em 2018 a gente começa a ter uma retomada”.


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