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Obama quer rever relações economica e comercial com o Brasil

O governo de Barack Obama quer reavaliar a relação bilateral com o Brasil no setor econômico e comercial. A Casa Branca enviou uma carta ao governo brasileiro propondo uma primeira reunião de trabalho entre os dois países já em abril. No sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será recebido por Obama. Já na Organização Mundial do Comércio (OMC), os Estados Unidos cobraram na terça-feira, 11, um compromisso do governo brasileiro de que as licenças de importação não serão retomadas.

 

Durante o governo do ex-presidente George W. Bush, uma série de comissões foi criada entre os dois governos. Outra iniciativa foi ainda o estabelecimento de um mecanismo de diálogo comercial para tentar dar uma solução a atritos nessa área e ainda estudar propostas conjuntas. Mas, nos últimos anos, a diversificação das relações comerciais do Brasil foi uma das metas do governo. Em termos percentuais, o peso do mercado americano para as exportações nacionais caiu entre 2003 e 2007. O comércio para a África e Ásia aumentou em um ritmo maior que a taxa aos Estados Unidos.

 

Segundo Carlos Marcio Cozendey, diretor de Departamento Econômico do Itamaraty, a proposta do governo Obama é para que os dois países reavaliem a utilidade das comissões, rediscutam os temas que estão sobre a mesa de negociações e avaliem como tratar o futuro das relações bilaterais.

 

Em 2008, o Brasil usou o mecanismo de diálogo para pressionar a administração Bush a abrir o mercado americano no comércio de carnes. Brasil e Estados Unidos também discutiram propostas para usar o Haiti como plataforma de exportações. A ideia é de que, se empresas brasileiros investissem no Haiti, elas poderiam exportar sem taxas seus produtos ao mercado americano. O mesmo seria válido para empresas americanas.

 

O objetivo do Brasil era o de dar maior acesso ao mercado americano para as empresas nacionais e, ao mesmo tempo, incentivar a economia do Haiti, onde o Brasil comandas as tropas de paz da ONU. A ideia, agora, é de rever o formato do diálogo e como conduzir os debates comerciais entre os dois países.

 

Nesta semana, em Genebra, os Estados Unidos usaram o exame da política comercial brasileira para insistir que querem explicações sobre o uso de licenças não-automáticas pelo Brasil. A Casa Branca pediu um compromisso do governo de que novas barreiras não serão adotadas.

 

A administração Obama ainda surpreendeu a diplomacia brasileira há duas semanas ao defender uma reabertura do pacote que foi negociado até agora na OMC no contexto da Rodada Doha. Em seu primeiro relatório sobre comércio, o governo Obama ressaltou a necessidade de corrigir os “desequilíbrios” da negociação multilateral de comércio. O tom mais crítico em relação a Doha e outros acordos comerciais é uma ruptura em relação ao governo Bush.

 

Fonte: O Estado de São Paulo


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