Fonte: UOL notícias
Paris, 24 jun (EFE).- A economia brasileira sofrerá este ano uma queda de 0,8%, segundo o relatório semestral de perspectivas publicado hoje pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), número pior que o anunciado há três meses.
Esse resultado representa uma revisão para baixo de cinco décimos em relação às previsões que a própria OCDE publicou em março, quando tinha previsto que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro este ano seria de 0,3%.
No entanto, para 2010 a OCDE calcula que o PIB do Brasil se recuperará com solidez e crescerá 4%, contra os 3,8% que previu em março.
Os autores do relatório publicado hoje indicaram que a atividade econômica no Brasil deve se recuperar após a desaceleração registrada no primeiro trimestre do ano.
"A produção industrial aumenta e a demanda interna vai se fortalecer no segundo semestre de 2009", assinalou o texto da OCDE, que inclui o Brasil no capítulo dedicado às principais economias emergentes.
A política monetária brasileira segue "razoavelmente" distendida e a orçamentária foi "suavizada", segundo o relatório, que acrescentou que "os objetivos no médio prazo foram revisados em baixa", após a exclusão da Petrobras das contas públicas.
"Sobre a base das previsões atuais, não seria adequado suavizar mais a ação orçamentária", disseram os analistas da OCDE, que lembram que o PIB acusou no primeiro trimestre deste ano uma nova queda com relação ao último trimestre de 2008.
De acordo com o organismo, isso aconteceu especialmente devido ao enfraquecimento da demanda de investimentos e apesar do dinamismo do consumo particular.
A OCDE disse ainda que a taxa de desemprego "parece ter se estabilizado", e a confiança dos consumidores e as vendas a varejo "resistem", enquanto a confiança das empresas se mantém "em alta".
O organismo afirmou ainda que o crescimento das exportações brasileiras se mantém "fraco", por causa do arrefecimento econômico que atinge os principais parceiros comerciais do país.
A OCDE acrescentou que as medidas adotadas em setembro para aumentar a liquidez "parecem dar seus frutos", e as condições do crédito interior apresentam sinais de melhora, embora continuem sendo restritivas.
No que se refere à inflação, as perspectivas melhoram, de acordo com o relatório da OCDE, que indicou que o real se valorizou muito em relação ao dólar desde janeiro.
Como conclusão, a OCDE ressaltou que o entorno econômico mundial permanece "incerto e particularmente incômodo" para o Brasil e as demais economias emergentes.
No entanto, se for mantida nos próximos meses uma política de apoio e de recuperação da expansão do crédito, isso poderia se traduzir em uma "reativação mais forte que o previsto da atividade, possivelmente a partir de meados do ano".
http://noticias.uol.com.br
Deixe um comentário