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As oportunidades para o Brasil na África

A crise permeou todos os países, e diretamente afetou as direções estratégicas das empresas e das relações internacionais em 2009. Mas de todos os continentes o que mais passou desapercebido, e não de propósito, foi a África, principalmente em países como Angola, Moçambique, Nigéria, Cabo Verde, Argélia, entre outros. Mas gostaria de dar uma atenção melhor a dois países que, para os brasileiros, são de suma importância: Angola e Moçambique.

 

A riqueza de Angola está centrada na produção de petróleo e diamantes, mas a nova geração de consumo interno, de produtos básicos alimentares até o mercado de luxo, vem crescendo em uma curva exponencial que permite situar Angola em uma das melhores rotas de comércio internacional.

 

Hoje a rota de aviação internacional mais cara do mundo é o destino de Angola, pois a quantidade de empresários, profissionais qualificados na indústria petrolífera, militares, e principalmente sacoleiros mantém um fluxo de negócios maior que qualquer relação de comércio entre Estados Unidos e Brasil, ou até mesmo EUA e China. Por sinal, a China, que já consome 80% da produção petrolífera de Angola, é um dos maiores parceiros comerciais do país, e ao mesmo tempo retribui seu consumo com atividades constantes de construção civil, inclusive em regiões remotas como Uíge, no norte de Angola, com a reconstrução de estradas, sistemas de água e aeroportos.

 

Mas a maior questão de Angola hoje é a formação de quadros, e principalmente investimentos na infra-estrutura para negócios, pois não existem quantidades suficientes de hotéis, restaurantes e estruturas para organização de eventos e negócios. Sem contar a necessidade de mão-de-obra gerencial para os grandes negócios de Angola.

 

Já no caso de Moçambique, a maior questão é a formação de quadros para as áreas de turismo, siderurgia, metalurgia, mineralogia, além de formação de negócios, considerando que o país busca um posicionamento melhor na comunidade africana, e ao mesmo tempo desenvolve relações para uma nova integração com a África do Sul. Considerando a próxima Copa do Mundo, Moçambique poderá ser destino turístico seguro para os diversos participantes da Copa da África do Sul, principalmente no caso do Kruger Park, que fica mais próximo de Maputo (Capital de Moçambique) do que Johanesburgo.

 

Para os dois casos, o Brasil precisa estreitar mais as relações com Moçambique, pois ainda perdemos espaço para Portugal e neste momento para a China. O Brasil tem uma relação melhor para aproveitar a integração com a África. Para eles, sofremos os mesmos problemas de colonização, de domínio, e mantemos os mesmos laços culturais, inclusive nas relações sociais, religiosas e de riqueza musical e de artes plásticas.

 

E o cenário para o continente Africano vai além: os Estados Unidos criaram recentemente o Comando Africano (uma atuação ampliada dos Comandos Unificados de Combate), que tem como objetivo monitorar e desenvolver ações militares na região, principalmente nas questões estratégicas de condicionantes de política externa, inteligência e possíveis ataques em relação a sua guerra ao terror, ou guerra por seus interesses.

 

A realidade é uma só – a África não foi afetada diretamente pela crise, os países que enxergarem melhor isso terão um cenário diferente a partir de 2010, principalmente nas relações comerciais com Angola e Moçambique. Nos dois casos, o Brasil não poderá e não terá mais direito de perder tempo.

 

Fonte: Gazeta Mercantil


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