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Os circuitos e as conexões da futura cidade tecnológica

Fonte: Ranulfo Pedreiro – Revista Mercado em Foco/ACIL

Tecnologia e inovação: duas palavras que apontam para o futuro, mas já estão mexendo com os indicadores econômicos de Londrina. E encontram, na cidade, o ambiente propício para o desenvolvimento e a geração de empregos. Há quem enxergue o início de um novo ciclo de prosperidade puxado por empresas com base tecnológica, mas que ainda não está livre de desafios.

Um estudo realizado pela Fundação Certi, de Florianópolis, em 2017, apontou cinco áreas propícias para o desenvolvimento da inovação em Londrina: Agronegócio, Saúde, Químico e Materiais, TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) e Eletrometalmecânico.

São setores vistos como oportunidades dentro do Ecossistema de Inovação, capaz de reunir diferentes entidades no objetivo comum do desenvolvimento socioeconômico a partir de empresas voltadas à tecnologia e inovação.

Para quem está entrando neste universo agora, é importante perceber que todo este processo vem sendo desenvolvido ao longo de anos por intermédio da organização de setores produtivos, entidades e instituições.

Um dos pontos fundamentais foi o Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação (APL/TI), abrangendo empresas no eixo Apucarana-Londrina-Cornélio Procópio, formado por volta de 2006. A missão do APL é clara e está no site oficial (www.apltilondrina.com.br): “Implementar ações comuns que permitam a integração dos atores envolvidos, o desenvolvimento de inovações tecnológicas e acesso a novos negócios”.

Dentro do APL/TI, surgiu a Cintec (Central de Inovação, Desenvolvimento e Negócios Tecnológicos), com o objetivo de fomentar o desenvolvimento “através da integração de seus associados, seja por meio das compras coletivas, pela prospecção de tendências ou oportunidades de novos negócios”, como destaca a página oficial (www.cintecbrasil.com.br). 

Paralelamente, o Fórum Desenvolve Londrina (www.forumdesenvolvelondrina.org) também discute vários temas de relevo para a economia da cidade, como o desenvolvimento industrial e empresarial. O Fórum é resultado do Decreto Municipal 556, de 11 de novembro de 2005.

Há, portanto, um histórico na cidade capaz de reunir empresários, instituições de ensino superior, entidades e associações para realizar discussões setoriais e propor estratégias. O Ecossistema de Inovação de Londrina é resultado de ações que ocorreram no decorrer dos anos, comandadas pela sociedade civil organizada.

“Os setores chaves para a economia em geral estão organizados em governanças”, comenta Ronaldo Couza, diretor da ACIL e presidente da Cintec. As governanças discutem e propõem soluções para cada setor estratégico e configuram o Ecossistema de Inovação. “O próximo passo é gerir melhor essas governanças, entender o que cada uma está fazendo, deixar mais explícito para toda a sociedade o que cada setor faz e para onde a gente está indo. O setor de tecnologia é transversal, está em todos os outros setores. Se potencializarmos esses setores, Londrina e região vai ganhar muito com isso”, revela.

“As discussões sobre o Ecossistema de Inovação de Londrina surgiram em 2016/2017, e a consolidação veio por parte de 13 instituições que se juntaram para poder contratar o trabalho da Fundação Certi e fazer esse diagnóstico da cidade, para elencar quais os principais setores com maior potencial de inovação”, comenta Fabrício Pires Bianchi, gerente da Regional Norte/Londrina do Sebrae Paraná.

Avanços e desafios

As 13 instituições que encomendaram o estudo da Certi foram ACIL, Ceal, Cintec, Sebrae, Sinduscon, Sercomtel, Sicredi, Sinfor, Sicoob, Sociedade Rural do Paraná, Sindicato Rural Patronal, Sindimetal e Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP, Sesi, Senai e IEL.

A partir do estudo, Londrina tem ao menos três desafios pela frente. O primeiro é a formação de uma governança do Ecossistema de Inovação voltada apenas para a discussão da inovação na cidade. O segundo é a construção de um Centro de Inovação. O terceiro é a conexão das cadeias produtivas com a proposta de inovação. “É o que se chama de innovation jump, conseguir trazer a necessidade de grandes e médias empresas para que startups e pequenas empresas possam atender a esses desafios, gerando novos negócios, novas soluções e novos serviços”, argumenta Bianchi.

As governanças são compostas por grupos de empresários, empresas, executivos e entidades para discutir inovação ligada a cada setor. Assim, foram instituídas governanças nos setores de Tecnologia da Informação e Comunicação, Metalmecânica, Químico e Materiais, Agronegócios e Saúde, entre outras.

“Londrina é uma das principais cidades em inovação hoje no Brasil, estamos realmente criando um novo ciclo econômico pautado em empresas de base tecnológica e inovação, que vai trazer riqueza, prosperidade e emprego para a nossa cidade”, acrescenta Marco Kumura, diretor de Tecnologia e Inovação da ACIL.

Entre as conquistas, está a vinda para Londrina do Instituto Senai de Tecnologia da Informação e Comunicação, entregue no ano passado pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná. Oferece “consultorias e soluções em áreas como gestão e governança de TI, projetos de automação e sistemas inteligentes para a Indústria 4.0, inteligência artificial, mineração de dados e eficiência energética”, segundo a Fiep – Federação das Indústrias do Estado do Paraná.

“O Instituto Senai de Tecnologia é o único do Brasil com foco em Tecnologia da Informação e foi justamente uma construção por parte da sociedade civil organizada para atender a essa demanda, que acabou se desdobrando para o atendimento de 15 estados do Brasil. São ativos tecnológicos que estão se instalando na cidade não ao acaso, mas em função de discussões dessa dinâmica de capital social”, ressalta Fabrício Bianchi.

Com o Instituto Senai de Tecnologia da Informação e Comunicação foi lançado o HUB de Inteligência Artificial, para “prospectar, aglutinar, distribuir e gerenciar, em uma rede de parceiros nacionais e internacionais, as demandas de inteligência artificial da indústria”, segundo a Agência de Notícias da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

“Estamos em um momento ótimo, o problema é que muitos empresários ainda não sabem do nosso potencial. Mas vamos trabalhar, Londrina vai ser a capital da inovação do Brasil e o Ecossistema mais forte de inovação para realmente trazer investimento”, assegura Marco Kumura.

Entre os próximos passos, está o projeto ACIL Inovação, que será lançado no Lidere – encontro empresarial a ser realizado nos dias 16 e 17 de outubro em Londrina. “Teremos um evento chamado ACIL Open Innovation. Vamos tratar de temas importantes relacionados à inovação, trazendo profissionais, pensadores e experiências. A ACIL, como um dos integrantes desse importante Ecossistema, entende que precisa participar ainda mais com outros projetos e outras formas que serão demonstradas no Lidere”, revela Kumura.

São várias iniciativas que fortalecem um trabalho organizado e incessante, apresentando conquistas concretas, de importância nacional. Tornar Londrina uma capital tecnológica já não é um sonho, mas um objetivo concreto, cuja estrada vem sendo pavimentada com planejamento e organização.


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