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País tenta atrair mais investimento

Fonte: O Estado de S. Paulo

 

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e o Banco Mundial (Bird) estão desenvolvendo um projeto para ampliar o volume de investimentos estrangeiros no País.

 

A ideia é estabelecer organismos regionais que possam funcionar como centros de apoio aos investidores, seguindo modelo já adotado pelo Bird em mais de 100 países.

 

A proposta em desenvolvimento visa a adequar os interesses das empresas estrangeiras às necessidades específicas de investimento de cada região, segundo explica Armando Heilbron, promotor de investimentos sênior do Fias, braço do Banco Mundial que oferece suporte para o aprimoramento do ambiente de negócios.

 

"O que procuramos são investimentos estrangeiros diretos estratégicos, que complementem uma cadeia produtiva já existente."

 

Segundo Alessandro Teixeira, presidente da ApexBrasil e da Associação Mundial das Agências de Promoção de Investimentos (Waipa, na sigla em inglês), um dos objetivos do projeto é deixar os Estados preparados para a retomada dos fluxos de investimentos que deve ocorrer de maneira mais acentuada a partir de 2011, depois do forte baque sofrido no fim do ano passado, em decorrência da crise financeira global.

 

"Há uma mudança estrutural dos fluxos de investimentos, com perda de espaço dos Estados Unidos e da Europa e ganho por parte dos países emergentes", argumenta Teixeira. "Temos que pegar o período de 2009 e 2010 para nos preparar", acrescenta.

 

O trabalho de estruturação dos centros regionais começou nos Estados do Pará, de Pernambuco e da Bahia, onde a Apex espera estar com as estruturas montadas dentro de seis meses. "Depois disso, vamos começar a trabalhar em conjunto com outros Estados", explica Teixeira.

 

ATRATIVIDADE

 

O Brasil tem se destacado nos últimos anos como um dos principais destinos de investimentos. No ano passado, o país recebeu US$ 45 bilhões em investimento estrangeiro direto (IED), de acordo com dados do Banco Central (BC).

 

As projeções do BC indicam o ingresso de outros US$ 25 bilhões em 2009, apesar da redução nos fluxos de investimentos nos últimos meses. Segundo Teixeira, o fluxo de investimentos global deve sofrer uma queda de 40% em 2009.

 

Em relatório divulgado na semana passada, a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) mostrou que o Brasil deve continuar entre os locais mais atrativos de investimentos no mundo nos próximos dois anos. No levantamento, feito com mais de 240 multinacionais, o País foi apontado como o quarto destino preferido entre todas as economias do mundo.

 

"Temos que passar a ser não apenas o quarto local mais preferido entre os investidores, mas o quarto país a receber mais investimentos no mundo", argumenta o presidente da ApexBrasil, lembrando que o País ocupa atualmente a 14ª posição no ranking de atração efetiva de capital.

 

No entender dos técnicos do Banco Mundial, a capacitação dos Estados pode impulsionar o aumento no fluxo de investimentos e ampliar o número de investidores interessados não somente em aproveitar as oportunidades do mercado local, como também investir em unidades que possam se transformar em plataformas de exportação.

 

"A maior parte do investimento estrangeiro direto que vem para o Brasil tem como foco principal o mercado local, enquanto na China se observa o oposto", explica Damien Shiels, outro promotor de investimentos sênior do Banco Mundial envolvido no trabalho com a ApexBrasil. "Existe espaço para uma mudança nesse foco", pondera ele.

 

No levantamento da Unctad, as multinacionais consultadas indicaram que a estratégia de investimento para os próximos anos contempla a internacionalização de suas unidades instaladas em países emergentes.

 

Para o presidente da Apex, os investidores estrangeiros já estão mudando suas estratégias. "Seria reducionista investir no País pensando apenas no mercado local", diz. "As empresas que vêm para o Brasil pensam, no mínimo, nas possibilidades de negócios na América do Sul."


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