O ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos (SEP), Pedro Brito, declarou que 2009 será um marco para os portos brasileiros. Segundo ele, os investimentos públicos previstos para os próximos dois anos em dragagem e infraestrutura, nos 20 principais complexos marítimos do País, “mudarão em definitivo a lógica de navegação no Brasil”.
A análise foi feita durante entrevista coletiva que Brito concedeu a rádios de todo o Brasil, durante o programa Bom dia, Ministro, transmitido pela Radiobrás na manhã de ontem.
Para o titular da SEP, o aporte (R$ 1,5 bilhão em dragagem de aprofundamento e R$ 2,5 bilhões em infraestrutura) de recursos tornará os complexos brasileiros mais atrativos para o mercado estrangeiro. “Nossos portos, a partir do próximo ano, serão escalados pelos maiores armadores do mundo, com navios que hoje não escalam em nenhum porto latino- americano”.
Brito destacou que os investimentos possibilitarão que o Porto de Santos, o maior do Brasil, se consolide como hub port, ou seja, um complexo concentrador de cargas para o Brasil e a América Latina. O Porto de Roterdã (Holanda), o maior da Ocidente, é hoje o principal exemplo de sucesso em empreendimentos desse tipo, com operações automatizadas e modais integrados.
Contudo, Pedro Brito reconheceu a necessidade de melhorar a acessibilidade a Santos. Ele destacou que, das 81 milhões de toneladas de mercadorias movimentadas pelo complexo em 2008, só15% chegaram ou saíram por ferrovia, modal mais econômico e menos poluente que o rodoviário, o mais usado.
CRISE
O ministro-chefe da SEP descartou a possibilidade de a crise financeira mundial impedir os investimentos na área portuária nacional. Ele afirmou que tanto os projetos por parte da União quanto os da iniciativa privada estão garantidos.
Brito deu como exemplo os investimentos previstos para o Porto de Santos para a construção de novos terminais de contêineres um deles, o da Embraport, já em andamento. “Quando nós falamos em porto, estamos pensando em investimentos para os próximos 30, 50 anos. Então, não é uma crise, por mais grave que seja, e certamente passageira, que vai alterar essa programação de investimentos a longo prazo”.
Fonte: A Tribuna
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