Notícias

|

Produção industrial brasileira avançou 1,8% de janeiro para fevereiro, mas caiu 17% na comparação anual

RIO – A produção industrial brasileira avançou 1,8% de janeiro para fevereiro de 2009, mas recuou 17% frente ao mesmo mês de 2008 (que teve um dia útil a mais), informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em janeiro, o indicador já havia registrado aumento de 2,1% na comparação mensal, o que sinaliza uma ligeira tendência de recuperação. Entretanto, esta acontece em ritmo lento.

 

– Apesar desta retomada pequena, esses números significam que a indústria está começando lentamente a sair do fundo do poço – disse Silvio Sales, coordenador da pesquisa de indústria do IBGE.

 

No primeiro bimestre, a indústria brasileira ainda acumula queda de 17,2% em relação a igual período do ano anterior. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, perdeu ritmo na passagem de janeiro (1,0%) para fevereiro (-1,0%), registrando o primeiro resultado negativo desde setembro de 2002 (-0,4%).

 

Com o avanço de 1,8% observado no total da indústria entre janeiro e fevereiro, abaixo da expectativa do mercado, que era de alta maior que 3,5%, o patamar de produção voltou a um nível próximo ao de junho de 2004.

 

Na avaliação do economista-chefe da MB Associados, Sergio Valle, apesar da indústria ter registrado uma recuperação na margem de 1,8%, o desempenho em fevereiro mostra que será praticamente impossível recuperar em 2009

 

– Provavelmente só teremos indicadores positivos (na comparação da anual) da indústria em 2010 – disse Sergio Valle, que está projetando uma queda de 15% para a indústria em 2009 – diz.

 

– Estamos tentando juntar os cacos, mas será praticamente impossível pensar no crescimento para este ano. É praticamente certo que o governo Lula terá o seu primeiro PIB negativo antes das eleições presidenciais marcadas para 2010 – acrescenta.

 

O próprio IBGE destacou, em nota, que “apesar do avanço na produção em fevereiro pelo segundo mês consecutivo, os índices em 2009 continuam abaixo do patamar produtivo observado no final do ano passado, evidenciado na evolução do indicador de média móvel trimestral, cuja variação para o total da indústria ficou em -3,3% entre fevereiro e janeiro deste ano.”

 

Dos 27 ramos da indústria pesquisados pelo IBGE, 16 apresentaram crescimento em fevereiro, com destaque para veículos automotores (8,7%), refletindo principalmente a retomada na produção de automóveis, com o incentivo oficial da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Esse setor acumulou alta de 52,2% nos dois primeiros meses de 2009, após as paralisações nos meses de novembro e dezembro.

 

Segundo a pesquisa do IBGE, também merecem destaque os seguintes aumentos na comparação mensal: outros produtos químicos (8,0%), edição e impressão (10,3%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (8,7%) e alimentos (1,4%). As principais pressões negativas vieram de farmacêutica (-6,9%); máquinas e equipamentos (-3,2%) e outros equipamentos de transporte (-4,2%).

 

Já o recuo de 17% observado na comparação de fevereiro de 2009 com o mesmo mês de 2008 foi puxado por 23 ramos pesquisados, principalmente pelo setor de aparelhos eletrônicos e de comunicações, que teve queda de 44,4%. Outros destaques negativos foram veículos automotores (-29,8%); máquinas e equipamentos (-32,2%); metalurgia básica (-31,5%); outros produtos químicos (-22,3%); e indústrias extrativas (-18,8%). O índice de difusão, com queda em 77% dos 755 produtos investigados, também mostra um menor dinamismo no setor industrial, ao registrar o menor nível da série histórica.

 

Fonte: O Globo


Compartilhe com o universo

Compartilhar Produção industrial brasileira avançou 1,8% de janeiro para fevereiro, mas caiu 17% na comparação anual no Facebook Compartilhar Produção industrial brasileira avançou 1,8% de janeiro para fevereiro, mas caiu 17% na comparação anual no Twitter Compartilhar Produção industrial brasileira avançou 1,8% de janeiro para fevereiro, mas caiu 17% na comparação anual no Linkedin

Deixe seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *