Fonte: Folha de Londrina
Curitiba – A produção industrial do Paraná teve a maior queda desde janeiro de 2000, segundo a pesquisa industrial regional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em maio comparado com o mesmo mês do ano passado, o Estado teve uma redução de -11,9% na produção. Foi o 5º pior resultado entre as 14 regiões pesquisadas e só ficou acima de Espiríto Santo (-29%), Minas Gerais (-20%), Pará (-14,1%) e Bahia (-12,3%).
A pesquisa mostrou ainda que 11 das 14 atividades pesquisadas em maio no Paraná tiveram redução na produção. Os setores que trouxeram as contribuições mais negativas foram veículos automotores (-25,4%), máquinas e equipamentos (-28,2%), celulose e papel (-17,4%) e edição e impressão (-9%). Já os principais impactos positivos vieram de minerais não metálicos (+6%) e refino de petróleo e produção de álcool (+1,6%).
Em relação a abril a produção do Estado teve um recuo de -4,1%. Esse foi o terceiro resultado negativo consecutivo, o que levou a uma perda acumulada de de 7,2%. De janeiro a maio, a redução na produção foi de -3,7%, com queda em dez setores. Nos últimos 12 meses encerrados em maio, o índice fechou positivo em +2,5%, o resultado mais baixo desde março de 2007.
O coordenador do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Maurílio Schmitt, explicou que o setor de automóveis foi diretamente afetado pela restrição no crédito. O segmento de máquinas e equipamentos sofreu com o adiamento dos investimentos. Ele disse que o resultado do Paraná nos últimos 12 meses reflete a estrutura produtiva diferenciada do Estado que não depende só de crédito e está apoiada no agronegócio.
O supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cid Cordeiro, lembrou que a indústria de automóveis veio com um estoque muito grande de 2008 e foi afetada diretamente pela crise.
Na opinião dele, a indústria deve ter um segundo semestre melhor. ””Os efeitos da crise foram maiores entre setembro de 2008 e março deste ano””, disse Cordeiro. A expectativa do mercado é que a produção industrial brasileira feche o ano com queda de -5,5%. Só de janeiro a maio, a produção nacional caiu -13,9%. Isso significa que o segundo semestre inicia um processo de retomada para poder encerrar o ano com patamares menores de queda na produção. A estimativa é que o último trimestre do ano tenha um crescimento de 3% no Produto Interno Bruto (PIB).
Andréa Bertoldi para Folha de Londrina.
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