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Queda na inadimplência em outubro aponta ânimo para o final do ano, avalia Acil

Fonte: Folha de Londrina

Ao final de um dos anos mais difíceis para diversos setores devido aos efeitos da pandemia, a “esperança” com uma retomada nas vendas se torna ainda maior e o clima de Natal, data mais importante para o comércio, ajuda a reacender as energias (e o caixa) de muitos empresários e comerciantes. É um termo que inevitavelmente persegue a palavra “crise” e sempre mira na data festiva, algumas vezes, até ignorando incertezas do ponto de vista epidemiológico e que permeiam, também, a descoberta da cura para a Covid-19.

Em Londrina, a queda na taxa de endividamento registrada em outubro, que alcançou o menor patamar desde que o vírus começou a se espalhar, em abril, trouxe ânimo para o setor e foi comentado por diretores da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina).

De acordo com o Sistema de Proteção ao Crédito da Acil, o número de consumidores que tiveram seu nome incluído no cadastro de inadimplentes no mês passado foi 33% menor em comparação com outubro de 2019. Já quando considerado o período entre janeiro e outubro deste ano, o total de consumidores em inadimplência é 38% menor em comparação com o mesmo período do ano anterior.   

Por ter arrastado uma dívida por longos oito anos em um passado distante, a auxiliar de produção nascida em Rolândia, Vânia Almeida, 40, vem tomando muito mais cuidado com as compras no crédito. Usa o “mínimo possível” e só com “coisas do cotidiano”, avaliou. Entretanto, afirma conhecer muitas pessoas que deixarão apenas 2020 para trás, as dívidas não. “Pra mim já é alto o limite, eu estabeleço um orçamento dentro do meu salário e uso o mínimo possível”, contou.   

Para o consultor econômico da Acil, Marcos Rambalducci, a queda na inadimplência poderia ser encarada como um dado positivo. No entanto, a redução ocorreu muito mais em função da queda nas vendas ao longo de praticamente todo o ano do que mediante uma melhora na gestão das finanças pessoais, explicou.   

Questionada se pretende buscar auxílio para quitar um empréstimo com o banco, a auxiliar de veterinária, Rose Silva, 52, disse que tem esperanças de que conseguirá renegociar a dívida sem muitas complicações. Entretanto, não lembrou qual era a taxa de juros acordada. Após ter perdido o emprego, teve que priorizar as contas básicas a passou a fazer parte de um grupo de 11,9% de paranaenses que não têm condições de quitar suas dívidas, conforme pesquisa da Fecomércio-PR.  A mesma pesquisa aponta , porém, que o índice de endividados no Paraná é alto, 89,2% das famílias em outubro, contra 90% em abril.

Diferentemente dela, houve crescimento de 5% no número de pessoas que conseguiram renegociar ou pagar suas dívidas em outubro na comparação com o mesmo mês de 2019 em Londrina. O dado também reforçou a expectativa dos comerciantes na comparação com abril, avaliou Rambalducci. “Se a economia der motivo para o consumidor aumentar sua confiança, poderemos ter um final de ano com vendas muito superiores àquelas que seriam possíveis prever em abril e maio deste ano”, ressalta o economista.

Porém, nas ruas, não foi fácil encontrar consumidores desanimados com a realidade imposta pela pandemia da Covid-19. A consternação do aposentado que trabalha como porteiro no centro de Londrina, Marcos Amorim, veio do impacto constatado no supermercado. "Fui no mercado e comprei um pacote de arroz por R$ 18 e agora achei por R$ 22. Como vai fazer", questionou. 


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