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Setores aumentam contratações em meio a crise do coronavírus

Fonte: Folha de Londrina

Em meio a uma retração do número de vagas no mercado de trabalho e aceleração do desemprego por conta da pandemia, alguns setores econômicos caminham na direção contrária. Com aumento na demanda, empresas estão contratando profissionais e há até novos cargos sendo criados para atender às exigências impostas pelas medidas sanitárias de combate ao novo coronavírus. No setor de supermercados, por exemplo, o volume de contratações cresceu 100% na comparação com igual período do ano passado.

Levantamento da Apras (Associação Paranaense de Supermercados) apurou que entre março e maio, o setor contratou em torno de dez mil trabalhadores para atender a demanda, que cresceu cerca de 15% em março e abril e em torno de 6% em maio. A maioria das contratações foi para a função de caixa e empacotador. “Fomos obrigados a ter mais gente nas lojas. Por outro lado, trabalhadores foram afastados por serem idosos ou terem comorbidades e tiveram que ser substituídos”, destacou o superintendente da entidade, Valmor Rovaris.

Também surgiram novas necessidades que exigiram a ampliação no quadro de pessoal, como a limpeza frequente de carrinhos, higienização das mãos dos clientes e controle da temperatura. “As contratações dobraram em relação ao ano passado. Houve necessidades adicionais, afastamentos e foi preciso contratar até no (setor) administrativo porque as pessoas pensantes tiveram mais trabalho para pensar em como se adequar à nova legislação. Só a nível federal, surgiram mais de 800 leis novas.”

A rede Assaí Atacadista está entre as empresas que caminham contra o fluxo de desligamentos. A empresa não tem dados específicos do Paraná, mas desde o início da pandemia, foram mais de três mil contratações temporárias para reforçar o time das 169 lojas distribuídas em 21 estados e no Distrito Federal. “No último mês, realizamos ainda um processo seletivo para o cargo de auxiliar de qualidade, criado para garantir que todas as medidas de segurança adotadas pela rede estão sendo cumpridas”, disse o diretor regional do Assaí, José Roberto Clovis. Além do aumento nas contratações, a forma como os candidatos são avaliados também mudou. Como medida de prevenção contra a Covid-19, o processo seletivo foi adaptado para ser realizado on-line.

Uma das principais empresas do segmento de contact center e soluções digitais no Brasil, a Vikstar abriu 230 vagas entre abril e junho e, em julho, serão mais cem contratações. Todas para home office. Apesar de ser um setor com alta rotatividade de funcionários, a superintendente da operação em Londrina, Priscila Novaki, destacou que esse volume de contratações não acontecia “há muito tempo”. “A última contratação, em novembro, foram 50, 60 vagas”, comparou.

A unidade em Londrina atende exclusivamente uma grande operadora de telefonia do país, com o serviço de telemarketing receptivo. “Com a questão da pandemia, muitas atividades que eram presenciais, atendimentos que eram feitos em lojas, passaram a ser por teleatendimento e também houve o crescimento dos setores”, apontou Novaki.

O mercado de trabalho no país, que no segundo semestre do ano passado e início deste ensaiava uma recuperação, ainda que modesta, voltou a sofrer retração com o início da pandemia. A taxa de desemprego no primeiro semestre de 2020 chegou a 12,2%, segundo a Pnadc (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada no mês passado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número de pessoas que perderam o emprego foi de 2,3 milhões. No encerramento de 2019, a taxa era de 11%, com 12,9 milhões de trabalhadores sem uma ocupação.

As perspectivas para os próximos meses não são animadoras e indicam que ao final de dezembro, a taxa de desemprego seja maior do que a registrada no ano passado. Mas as necessidades decorrentes da pandemia e que movimentaram alguns setores podem ajudar a amenizar um pouco os efeitos da alta do desemprego. “Alguns setores ajudarão muito na absorção de mão de obra neste período”, avaliou o economista Marcos Rambalducci.


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