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Troca de ministro argentino não deve mudar a economia

Fonte: Valor Econômico

 

Economistas argentinos estão decepcionados com a indicação do novo ministro da Economia, Amado Boudou. Não por ele não ter competência, mas porque vem de dentro da própria equipe montada pelo casal Kirchner, de funcionários fiéis que apenas executam as ordens do verdadeiro piloto da economia argentina: o ex-presidente Néstor Kirchner.

 

Mesmo sem cargo, o marido da presidente Cristina Kirchner é quem dita os rumos da política econômica e acompanha a execução dos programas, dividida entre os ministros da Economia, da Produção e de Obras Públicas e dois ou três funcionários da estrita confiança do casal, que se reportam diretamente a Néstor, passando longe da sala do ministro.

 

Essa estrutura de poder foi mantida com a reforma de gabinete anunciada por Cristina semana passada. "Mudar o ministro sem mudar o rumo [da política econômica] não soluciona nada", disse Rodrigo Alvarez, diretor da consultoria Ecolatina.

 

"A alteração no gabinete não representa mudanças", reforça Rogério Frigerio Filho, da consultoria Economia & Regiones. Para esses economistas, os temas mais urgentes da agenda econômica para o país são o reequilíbrio das contas fiscais, o reconhecimento da alta da inflação e a retomada da confiança dos investidores internos e externos para estancar a forte saída de capitais.

 

"O governo precisa fazer todo o possível para frear a fuga de capitais, que já atinge US$ 40 bilhões desde o fim de 2007", diz Frigerio, lembrando também a necessidade de a Argentina voltar ao mercado de crédito internacional, do qual está fora desde o default de 2002. Alvarez diz estar preocupado com a repercussão social da forte queda da atividade econômica, acentuada com a epidemia da gripe suína.

 

Aparentemente, Amado Boudou concorda com parte desta agenda. No fim de semana ele disse que os eixos de sua gestão à frente do Ministério serão os superávits fiscal e comercial, um plano de obras publicas e a busca de novas fontes de financiamento. Já descartou um retorno às negociações com o Fundo Monetário Internacional, mas se disse aberto a conversar com outros organismos multilaterais, como o Banco Mundial e o BID. Os economistas dizem que preferem esperar para ver.


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