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Uso de moeda local nas trocas com a China anima o governo

Fonte: Export News

 

A retirada do dólar no comércio entre Brasil e China será positiva, como está ficando claro na experiência que está sendo feita pelos dois países. Quem garante é Ivan Ramalho, secretário-geral do Ministério do Planejamento, que está otimista: "O Sistema de Moeda Local (SML) que está em teste nas negociações ajudará a aumentar a corrente comercial".

 

De acordo com ele, esse método é benéfico para os dois países, por isso, está sendo implantado: "Caso não seja benéfico para algum dos países, não deve ocorrer".

 

Ramalho esclareceu ainda que o processo é lento, mas já está no início e deve trazer inúmeras vantagens para os empresários brasileiros. "Podemos utilizar o exemplo do SML com a Argentina, é lento, tem poucas empresas que utilizam o método ainda, contudo ele é mais vantajoso economicamente para o comércio bilateral. O mesmo que ocorreu com a Argentina tende a acontecer no comércio entre o Brasil e a China. Levará tempo, mas as empresas irão aderir ao SML", relatou Ivan. O governo brasileiro pretende investir de maneira mais intensiva no comércio bilateral com a China, assegurou Ramalho. Durante a terceira conferência internacional – Presença da China na América Latina, na Feira de Xangai, que acontece no início do próximo ano, o espaço do Brasil no evento será maior e contará com a presença de empresas de diversos setores como: petrolífero, têxtil, papel e celulose, alimentício e industrial.

 

Para Ramalho o País deve expandir a pauta comercial de produtos com maior valor agregado, sem deixar de crescer também nas vendas de produtos básicos. Quando questionado pelo DCI, o secretário afirmou que o crescimento comercial brasileiro está ligado ao avanço chinês.

 

"Não há dúvidas de que estamos diante de uma nova fase do relacionamento com o gigante asiático em que investimentos chineses no Brasil permitirão aprofundar ainda mais o relacionamento bilateral, bem como permitirá avançar na desejada diversificação da pauta exportadora do País", analisa Rodrigo Maciel, secretário executivo do Conselho Empresarial Brasil-China.

 

"O Brasil até o mês de maio aumentou em 34,3% as exportações para a China e recuou apenas 20,9% nas importações provenientes do mesmo país, estes dados resultam numa corrente de comércio com crescimento de 3,4% a favor do Brasil. Fora que as vendas para a China estão possibilitando que nossa balança comercial fique positiva", explicou Ramalho.

 

"Mesmo com as estatísticas anteriores [de correntes de comércio] crescentes em média 30% por ano, desde 2001, esse pequeno crescimento em épocas de crise é muito favorável para o Brasil. Todos os países estão em retração, não podemos esperar os mesmos resultados obtidos no passado, devemos ficar otimistas com o crescimento, mesmo que ele seja pequeno", acrescentou o secretário.

 

O embaixador chinês no Brasil, Qiu Xiaoqi relatou ainda que o crescimento chinês irá favorecer o Brasil. Além de enfatizar que ambos os países tem como objetivo serem os primeiros a saírem da crise. "Nosso crescimento para este ano está em 8%, segundo nossas projeções [chinesas], e como principal parceiro comercial do Brasil, iremos ajudar e ter grande influência nos valores positivos do PIB [Produto Interno Bruto] do Brasil. Quando compramos produtos brasileiros ajudamos a economia do País. Nosso objetivo é sair primeiro da crise, e o do Brasil também", argumentou Xiaoqi.

 

Segundo o secretário de relações internacionais do agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Célio Porto, se a China investir mais em infraestrutura no Brasil, principalmente no Mato Grosso, a logística, o preço e o acesso para as exportações de soja ficarão mais fáceis, e resultará ao aumento nas vendas.

 

Porto disse ainda que a China é importante para o agronegócio brasileiro. "O valor exportado para eles [chineses] em abril e maio deste ano, foi três vezes superior do que o vendido pelo Brasil para o segundo colocado no ranking de comércio exterior do País."

 

Ivan Ramalho, contudo, disse que a China não deixará de comprar produtos brasileiros, pois necessita de soja para alimentar sua população e do minério de ferro para manter seu crescimento estrutural. "Eles vão continuar comprando bastante, não posso afirmar se fizeram estoques, mas, mesmo assim, os chineses necessitam dos nossos produtos. A balança tende a continuar positiva."

 


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