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A indústria está patinando, diz Dieese




Fonte: Folha de Londrina

 

Curitiba – A produção industrial brasileira teve alta de 1,1% em abril na comparação com março. No entanto, em abril comparado com o mesmo mês de 2008 houve queda de 14,8%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De janeiro a abril, a produção acumulou queda de 14,7% na comparação com igual período do ano passado. Nos últimos 12 meses, a produção teve recuo de 3,9%, o nível mais baixo desde junho de 1996, quando a produção caiu 4%.

 

O levantamento mostra que houve aumento na produção em 16 dos 27 ramos pesquisados em abril, na comparação com março. O principal destaque ficou com a indústria de veículos automotores, com alta de 3,3% no mês. Na comparação com o mês de dezembro, o setor registra alta de 61,1%.

 

Outros setores que tiveram resultado positivo em abril frente a março foram metalurgia básica (5,1%), borracha e plástico (6,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (8,3%), produtos de metal (6,8%), e material eletrônico e equipamentos de comunicações (5,2%). Por outro lado, os principais resultados negativos ocorreram nas produções de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares e óticos (-13%) e edição e impressão (-3,1%).

 

O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sandro Silva, disse que os indicadores de emprego e produção da indústria não estão apresentando reação. De janeiro a abril, a indústria do Paraná gerou 3.298 empregos contra 29.582 no mesmo período de 2008. Os setores que mais cortaram vagas foram madeira e mobiliário (-2.011), mecânica (-1.448), material elétrico e de comunicação (-870), metalúrgica (-867) e material de transporte (-844). ””A indústria está patinando””, disse. Em abril de 2009, a indústria paranaense gerou 3.900 empregos contra 6.600 no mesmo mês do ano passado.

 

Ele destacou que, no Paraná, a queda na produção está ocorrendo em ritmo menor. Tinha caído em dezembro e janeiro. No entanto, em fevereiro e março fechou em alta de 1,46% e 4,05%, respectivamente. De janeiro a março, o Estado teve queda na produção de 0,90%.

 

””A indústria foi o primeiro setor que sentiu a crise e alguns segmentos estão demorando muito para retomar a produção””, disse. Segundo ele, os setores que não foram tão afetados pela crise são alimentos e bebidas, edição e impressão de materiais. Ele lembrou que uma das áreas que segura a produção no Estado é a agroindústria. Os dados da produção industrial regional, que inclui o Paraná, devem ser divulgados na próxima quinta-feira.

 

Silva destacou que o resultado da produção no Brasil é reflexo da crise que afeta o setor desde novembro. A expectativa dele é que ocorra uma reação a partir do início do segundo semestre deste ano.

 

Para o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Roberto Zurcher, 1,1% de aumento em abril em relação a março é um índice muito pequeno e não significa saída da crise. ””Os números mostram que a crise afetou o Brasil””, afirmou.

 

Ele destacou que os bens que sofrem mais são os que dependem de crédito. Em abril comparado com o mesmo mês de 2008, os bens duráveis tiveram queda na produção de 21,6%. Na produção de bens de capital a redução foi de 29,3%, o que inclui máquinas e equipamentos. Isso mostra que as indústrias não estão investindo nesta área. Nos bens semiduráveis e não duráveis, a queda foi menor de 4,2% que inclui alimentos.

 

Ele acredita que o Brasil ainda vai ser afetado durante alguns meses pela crise e prevê que a produção industrial não chegue aos mesmos níveis de 2008.

 

Andréa Bertoldi para Folha de Londrina

 

 


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