Fonte: Bonde
Depois de seis anos, o Calçadão de Londrina voltará a
receber quiosques. O prazo para os interessados enviarem suas propostas vence
na sexta-feira, dia 29. Neste novo processo serão disponibilizados três espaços
que serão destinados para uma cafeteria, uma floricultura e uma banca de
jornais e revistas. Segundo informações da Companhia Municipal de Trânsito e
Urbanização (CMTU), entre os telefonemas e e-mails recebidos, a maior procura
de informações tem sido pela cafeteria. Ainda de acordo com a Companhia, este é
apenas o primeiro lote, pois há estudos de expansão do número que
quiosques.
Inicialmente a prefeitura queria implantar 12 dessas estruturas, mas optou pela
redução para três após reuniões com representantes da Associação Comercial e
Industrial de Londrina (Acil) e comerciantes da região. Outro ponto que
interferiu na redução foi a intenção de instalar os chamados
“parklets” ou minipraças no Calçadão.
Segundo a presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina
(Ippul), Ignês Dequech Alvares, a ampliação do números de quiosques dependerá
de como a população irá se comportar diante da reimplantação dessas estruturas.
“De qualquer forma o trabalho não acabou. Estamos estudando formas de estimular
a movimentação no local e, em breve, implantaremos espaços de convivência
inspirados nos chamados parklets, que terão mesinhas e bancos. Com muitos
quiosques e essas estruturas o Calçadão iria ficar muito poluído. Temos que ter
cuidado para a implantação de novos quiosques para que tudo isso não vire uma
bagunça”, afirma.
Ignês acrescenta que é preciso pensar também na circulação de carros da
Polícia, da Guarda Municipal e dos Bombeiros para que as estruturas não
prejudiquem a atuação deles. Ela ressalta ainda que o edital de concorrência
não contempla a instalação de estabelecimentos que comercializam bebidas
alcoólicas.
O mecânico Paulo César Camargo concorda com essa diretriz,
já que mora próximo ao Calçadão. “No trecho entre a Rua Minas Gerais e a
Avenida Rio de Janeiro era muito problemático. Quando tinha lanchonetes que
comercializavam bebidas alcoólicas, havia muita bebedeira e as drogas corriam
soltas.”
Antigo frequentador da banca de jornais que ficava em frente ao prédio da Acil,
Renan Luz concorda com o retorno dos quiosques, desde que ele seja feito de
maneira organizada, sem que os estabelecimentos expandam a área do comércio
acima do que for determinado pela concorrência pública. “O que acabava
acontecendo era que os quiosques começavam a utilizar um espaço ao qual não
tinham direito. Isso precisa ser fiscalizado”, aponta.
No entanto, Luz questiona a eficácia do não retorno de estabelecimentos que
comercializam bebidas alcoólicas. “Não adianta nada proibir aqui no
Calçadão se existem estabelecimentos próximos daqui que comercializam a
bebida”, critica.
O retorno da movimentação do Calçadão é o maior atrativo das novas mudanças
previstas para o espaço. A consultora de vendas Bárbara Garielle Rodrigues
aponta que para o comércio será bom, já que os frequentadores desses espaços
podem gerar mais vendas.
Para a atendente Bárbara Nozaki, o retorno da floricultura será bem-vindo.
“Quando havia uma floricultura aqui no Centro eu sempre dava uma passada.
Esse tipo de estabelecimento dá uma outra visão ao Calçadão. Deixa mais
bonito”, relata. Ela também é favorável ao retorno de uma cafeteria.
“Eu trabalho aqui no Centro e muitas vezes eu não tenho tempo de tomar
café em casa.”
A floricultura ficará próxima da Rua Professor João Cândido, a cafeteria perto
da Avenida São Paulo e a banca de jornais será instalada na área próxima da Rua
Minas Gerais. Após a assinatura do termo de concessão, o prazo para a
implantação da estrutura dos quiosques será de 180 dias.