Corte de voos para Curitiba preocupa empresariado

Para Acil, redução dos voos diretos anunciado pelas aéreas vai afetar diretamente o turismo de negócios

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Fonte: Folha de Londrina


Depois do corte de um voo direto para Curitiba operado pela Azul, os londrinenses devem perder mais voos diários para o mesmo destino a partir de abril, quando a TAM suspender os voos diretos entre Curitiba e Londrina e a Gol deixar de operar a linha em maio. A medida preocupa principalmente os empresários londrinenses, que veem com preocupação o estrangulamento de horários. 
As três companhias aéreas registram sete pousos vindos da capital e sete decolagens para o mesmo destino. São três da Azul, dois da Gol e dois da TAM diariamente. Até o início do ano, a Azul operava uma quarta linha, desativada em fevereiro. Com menos horários, passageiros podem migrar para voos com escalas, o que pode representar em preços maiores e esperas mais longas. 
A atitude das companhias ocorre num momento em que o fluxo de passageiros cai no aeroporto londrinense. Nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, passaram pelo terminal aéreo 151.371 pessoas, contra 174.440 no primeiro bimestre do ano passado – uma retração de 13,2%. Entretanto, a diminuição de voos afeta as principais cidades paranaenses e Curitiba e Maringá também perdem rotas. 

Para os turistas, o impacto não deve ser tão grande, avalia o diretor de turismo do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Altermir Lopes. “Quem faz turismo de eventos, no que Londrina é forte, acaba se adaptando aos horários disponíveis. Ele não deixará de vir, vai migrar para outro horário”, avalia. 

Impacto forte 
O presidente do Londrina Conventions Bureau, Arnaldo Falanca, acredita que a redução de rotas deve dificultar a captação de eventos para o município. “Estranhamente, cortam esses voos mesmo com as aeronaves cheias”, afirma. Para quem depende das viagens para negócios, o impacto será forte, prevê o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Valter Orsi. “Nosso aeroporto é essencialmente comercial. O empresário se locomove principalmente a trabalho e uma cidade bem provida de voos oportuniza os negócios”, diz. 

Orsi atribui a medida não apenas ao período de estagnação econômica e à redução de passageiros, mas também ao fim de incentivos do governo sobre o combustível das aeronaves. Sem ele, a alíquota de imposto salta de 7% para 16%. “Com o incentivo, a lotação das aeronaves não era tão determinante no custo, mas, sem esse incentivo, o número de passageiros passa a pesar mais”, diz. 

Para ele, as opções de voos com escala em São Paulo vão aumentar o tempo de deslocamento, viabilizando as viagens até a capital de carro. “O problema é que são pistas simples, cheias de curvas e em reformas e com pedágios caros”, recorda. 
Representante de uma multinacional com sede em Campo Largo, José Macedo utiliza a rota Londrina-Curitiba pelo menos duas vezes ao mês e vê “com tristeza” o corte de rotas ligando as duas cidades. “Não utilizamos apenas para nós mesmos, mas também para os clientes da região, levando-os até a fábrica e viabilizando o fechamento de negócios”, conta. 

Redução da capacidade
A Gol confirmou ontem a “descontinuidade” dos dois voos para Curitiba a partir de 1º de maio, como reflexo da redução de 6% nas decolagens da companhia no primeiro semestre do ano. Porém, ressalta que as linhas para Congonhas e Guarulhos serão mantidas, “possibilitando a conectividade dos clientes da região com os demais destinos nacionais e internacionais operados pela GOL”. 
A Azul afirmou que prevê redução de 7% em sua capacidade em 2016 e, por isso, faz ajustes pontuais na malha em diversas rotas no Brasil. Além do voo a menos entre Curitiba e Londrina, a companhia diminuiu também voos entre Maringá e Curitiba e Maringá e Campinas (SP). 

Ainda prevê redução de rotas partindo de Cascavel para Curitiba e Campinas e uma rota a menos entre a capital e Guarulhos, reduzindo de cinco para quatro voos diários a partir de março. Em abril, Curitiba também perde um voo diário para o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro (RJ), e um para Campinas. 
Entretanto, inaugurou novas rotas partindo de Curitiba para Porto Seguro (BA) e Recife (PE) e quatro voos ligando Foz do Iguaçu a Belo Horizonte (MG) e a Campinas. 

A TAM informou que anteviu ainda no ano passado a retração da demanda no Brasil e fez ajustes nos voos, que afetam também o Paraná. Serão reduzidas de três para duas as rotas diárias entre Curitiba e Rio de Janeiro. “Além disso, estão suspensos os voos diretos entre Curitiba e Londrina e entre Curitiba e Foz do Iguaçu a partir de 27 de março.”

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