Fonte: Folha de Londrina
O Aeroporto Governador José Richa, em Londrina, recebeu na
noite de ontem a liberação para que aeronaves possam decolar sem teto
requerido. O pedido foi feito ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de
Tráfego Aéreo (Cindacta) pela Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária (Infraero), administradora do complexo, há mais de quatro anos e
foi concedida após as obras de desapropriação no entorno do aeródromo.
O presidente da Companhia de Desenvolvimento de Londrina
(Codel), Bruno Veronezzi, disse que a estimativa da Infraero é que a
autorização irá resolver ao menos 80% dos voos com origem na cidade, reduzindo
até em 50% os problemas relacionados a atrasos ou cancelamentos decorridos da
nebulosidade. Os passageiros que usam o aeroporto londrinense são
constantemente prejudicados pela falta de visibilidade provocada pelas nuvens
baixas. O superintendente da Infraero, Marco Pio, afirmou ontem que não tinha
conhecimento sobre a decisão e que não poderia comentar o assunto. “Os
investimentos em infraestrutura e os equipamentos que já temos, com as novas
condições do entorno, possibilitaram essa liberação”, disse o prefeito.
O presidente da Codel explicou que nos aeroportos que não
possuem obstáculos no seu entorno da pista a decolagem sem teto requerido é
autorizada pela Infraero, mesmo que o terminal esteja fechado para
aterrissagem. E é isso o que vai passar a ocorrer no Aeroporto José Richa,
apontou. Segundo Veronezzi, mesmo que o aeroporto não tenha visibilidade
vertical devido à nebulosidade, o que é muito comum, terá o voo liberado se a
visibilidade horizontal for de pelo menos 800 metros. “A liberação é muito
boa para a cidade. Hoje cerca de quatro a cinco aeronaves pernoitam no nosso
aeroporto, ou seja, têm Londrina como destino final. Com essa autorização, as
companhias aéreas podem ter interesse em ter mais aeronaves pernoitando aqui.
Sem contar que o usuário vai ter mais certeza de que poderá decolar de manhã
cedo porque o risco de a aeronave não sair diminuirá muito”, avaliou.
ILS
A desapropriação de casas na região do aeroporto de Londrina
para a ampliação da pista permitirá também a instalação do ILS (sistema de
pouso por instrumentos), demanda antiga do município também devido a problemas
com mau tempo. A previsão na prefeitura é que os investimentos municipais sejam
de R$ 78,8 milhões, o que trará contrapartida da Infraero de R$ 48,8 milhões. A
Fomento Paraná emprestou R$ 26,2 milhões para o pagamento dos terrenos aos
moradores vizinhos.